Patrimónios de Influência Portuguesa, 2009/2010, 2S
Patrimónios de Influência Portuguesa, 1.ª edição
Nestes sentidos, o curso reflectirá sobre patrimónios a partir de âmbitos tão diversos quanto a arquitectura, as artes, a literatura, a história, a teoria da cultura em enumeração alfabética que não pretende ser exaustiva, assumindo a cidade como palco privilegiado, enquanto síntese civilizacional de todo esse universo cultural. O conhecimento a produzir entenderá património não apenas enquanto matéria histórica, mas também enquanto matéria disponível para usufruto e debate cultural, social, económico e político do presente e do futuro. E entenderá património de influência portuguesa não apenas enquanto o conjunto de formas e narrativas que, ao longo dos séculos, resultou da presença de portugueses em várias partes do mundo, mas também enquanto o conjunto de resultados dos diversos modos de interacção dessas formas e narrativas com aquelas que existiam e existem nesses lugares.
Analisar espaços culturais como espaços híbridos de gestação e de construção histórica, política e cultural.
Produzir conhecimento especializado sobre os patrimónios arquitectónicos, linguísticos, artísticos e literários de influência portuguesa.
Analisar criticamente a literatura relativa à história da arte e da arquitectura coloniais portuguesas e aos discursos tecidos à volta do património artístico e arquitectónico portugueses pela religião, a política, a intervenção cultural.
Patrimónios | Margarida Calafate Ribeiro e Walter Rossa Apresentação do curso pelos coordenadores, seguido de alguns especialistas e pessoas de várias áreas a definir Património, em pequenos depoimentos gravados.
Teorias e conceitos | António Sousa Ribeiro
Este módulo tem por objectivo proporcionar um contacto com perspectivas teóricas relevantes para as várias áreas de investigação abrangidas pelo curso. Dar-se-á particular realce a uma reflexão sobre teorias da cultura, partindo de conceitos como linguagem, identidade, nação, globalização, interculturalidade, diáspora, memória, tradução, no quadro de uma introdução às teorias pós-coloniais.
Património: doutrinas, conceitos e processos de patrimonialização | Paulo Peixoto
O programa da unidade curricular incide sobre as problemáticas inerentes aos processos de patrimonialização. Nessa medida, o programa estrutura-se em 3 eixos: análise da génese das filosofias e categorias patrimoniais; evolução da noção de património e das políticas de patrimonialização; desafios actuais que envolvem o património.
Processos e formas da expansão colonial portuguesa I e II Walter Rossa | Renata Araújo
A situação de um Portugal fora do que é o seu território natural foi iniciada no segundo quartel do século XV e só teve fim em 1999. Esse processo de mais de ½ milénio não poderia ter sido contínuo e uniforme, não poderia ter seguido modelos ou padrões, pois as suas dinâmicas (da exploração à colonização), a variedade dos espaços e distâncias e as múltiplas conjuras e conjunturas o impediram. Evitando o guião de uma história da expansão, este seminário visará a interpretação informada das matrizes espaciais na evolução dessa expansão e o conhecimento global das características dos diversos contextos geográficos em questão, no que o papel do ordenamento do território, do urbanismo e da arquitectura são determinantes, em especial quando indagamos vestígios patrimoniais desa realidade.
Patrimónios da palavra: narrativas, discursos e literatura Margarida Calafate Ribeiro
Em 1539, João de Barros, o cronista da fundação do império português, escrevia como justificação da sua Gramática que as armas e os padrões que Portugal disseminou por todos os continentes eram coisas materiais que o tempo trataria, mas que a língua portuguesa ficaria como testemunho do encontro. Estes módulos visam analisar algumas fontes escritas em língua portuguesa relativas aos espaços que Portugal tocou. Terá como espaço conceptual central o conceito de cidade como texto (Lévi-Strauss) ou, palimpesto de textos, e procurará olhar a cidade como espaço de fundação da ocupação; como espaço colonial; como espaço de resistência e como forjador da nova nação.
a) a licenciandos e licenciados, portugueses ou estrangeiros, residentes no estrangeiro. b) a licenciandos e licenciados, residentes em Portugal, com curriculum vitae que, uma vez apreciado pelo Instituto Camões, este considere como adequado a seguir esta formação. A selecção dos formandos é da responsabilidade do Instituto Camões.
O curso terá uma duração de quatro meses, a começar no dia 23 de Fevereiro de 2010, com interrupção de 29 de Março a 5 de Abril (Páscoa), prevendo-se um total de 168 (cento e sessenta e oito) horas de trabalho por parte dos formandos. Este trabalho inclui actividade: (a) autónoma, para leitura de textos e reflexão sobre as matérias neles versadas; (b) com apoio a distância através de tutoria síncrona; (c) com participação assíncrona em fóruns de discussão e (d) de elaboração de trabalhos e/ou testes. susceptível de reapreciação.
O número de formandos por turma será de vinte.
No âmbito do processo de normalização de atribuição de créditos por parte de instituições europeias de ensino superior, conhecido por ECTS (European Credit Transfer and Accumulation System), serão atribuídos 6 (seis) créditos (ECTS) aos formandos que frequentarem com sucesso este curso de formação a distância. A atribuição destes créditos pressupõe a seguinte carga horária: Leitura autónoma de materiais 60 horas; Trabalho individual, implicando reflexão sobre as matérias versadas nos diferentes módulos, bem como: participação assíncrona em fora lançados para cada um dos referidos módulos 80 horas; participação em actividades de tutoria síncrona individual (chat) 10 horas; participação em actividades de avaliação (trabalhos e/ou testes), 18 horas.
A avaliação dos formandos será feita com base em: a. Trabalho sucinto por módulos (num total de quatro); b. Participação em chats e fora; c. Um trabalho final, que implicará a aquisição de conhecimentos e/ou competências relativos a todos os módulos. Do diploma final constará não apenas a certificação de frequência como ainda a nota atribuída.
Haverá lugar a avaliação do curso por parte dos formandos e do formador. Para tal, serão concebidos um questionário para o formador e outro para os formandos, que serão preenchidos no final do curso.
A frequência do curso implica o pagamento de 320 EUR (trezentos e vinte euros). Para os docentes e licenciandos da Rede de Docência do Instituto Camões haverá uma redução de 50% sobre este valor. O pagamento será feito através de transferência bancária. O número da conta para depósito será enviado aos candidatos que forem seleccionados. Uma vez efectuado o pagamento, não há lugar a reembolso. Os candidatos à frequência deste curso de formação a distância deverão preencher o formulário que está disponível na página do Centro Virtual Camões, até ao dia 10 de Fevereiro de 2010, impreterivelmente.
Walter Rossa, Arquitecto (Universidade Técnica de Lisboa, 1985), Mestre em História da Arte (Universidade Nova de Lisboa, 1991) e Doutor em Arquitectura (Universidade de Coimbra, 2001). Docente do Departamento de Arquitectura e investigador do Centro de Estudos Sociais, Universidade de Coimbra. A par com actividade de arquitectura e urbanismo, tem-se dedicado à investigação em Teoria e História do Urbanismo, em especial nos domínios da urbanística, da cultura do território e do património do universo português. Tem publicados diversos, trabalhos de que aqui se apresentam como exemplos o livro Cidades Indo-Portuguesas — contribuição para o estudo do urbanismo português no Hindustão Ocidental (1997) e a colectânea A urbe e o traço: uma década de estudos sobre o urbanismo português (2002). Foi o principal impulsionador do projecto A Cidade como Civilização: Universo Urbanístico Português 1415-1822, levado a cabo pela Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses entre 1996 e 2002. No momento está a ultimar a coordenação do volume sobre a Ásia da obra Património de Origem Portuguesa no Mundo, dirigida por José Mattoso e produzida pela Fundação Calouste Gulbenkian.
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