Meio século de literatura portuguesa: 1880-1930, 2010-2011, 2S


206_11 Meio Século de Literatura Portuguesa: 1880-1930
5.ª Edição

Coordenação: Prof. Doutor José Carlos Seabra Pereira


Este curso decorrerá inteiramente à distância, através da plataforma de aprendizagem do Instituto Camões, na modalidade de Curso de Formação, com a duração de 25 horas e é creditado com 1 crédito relevando para a progressão em carreira de Professores dos Grupos 200 e 300.

 

 

 

 

 

 


I – Objetivos

Dirigido sobretudo a professores do 2.º e 3.º ciclo do Ensino Básico e professores do Ensino Secundário, bem como estudantes do Ensino Superior, este curso tem como objetivo o estudo e a reflexão sobre a temática da literatura portuguesa, no final do século XIX e início do século XX, em equação com o contexto sócio-político e cívico-cultural.

Pretende-se focar as dinâmicas de grupo que marcaram decisivamente a cultura humanístico-literária em Portugal ao longo da primeira metade do século XX; identificar as correntes estético-ideológicas e os movimentos literários deste período; caracterizar os novos fenómenos de sociologia literária, como por exemplo o surto de literatura feminina; atender às dimensões e às consequências da interação com movimentos internacionais, bem como delinear vetores temáticos e formais das sucessivas ou entrecruzadas manifestações de estilos epocais, privilegiando o imaginário, a retórica e a pragmática desses estratos literários.

 

 

 

 

 

 


II - Conteúdos programáticos

1.º Módulo

A fortuna de dois legados da Geração de 70: o exemplo de movimento geracional com programa e missão; o potencial interventivo da dissociação do conceito de decadência nacional (declínio da grandeza pátria e atraso pré-moderno) e o modelo europeizante de modernidade científica e sociológica.


2.º Módulo

A sobreposição do nacionalismo cultural ao modelo crítico e operativo de Antero de Quental e da Geração de 70. A estratégia de Teófilo Braga para a comemoração dos «Centenários como Síntese afetiva nas sociedades modernas». A exploração retórica de um novo nacionalismo na literatura sob o signo da propaganda republicana. Rituais cívicos e representações literárias em torno do Tricentenário de Camões.


3.º Módulo

Nas encruzilhadas do fim de século: a estesia de crise decadentista, a estética da sugestão simbolista e a reação do tradicionalismo neorromântico, em especial, do neo-garrettismo.

4.º Módulo
Perda de aura do «esteta» e clamor subversivo da «literatura de intuitos» desde o Ultimato ao Regicídio. A "musa da Justiça e da Revolta" e as conexões com o "Livre Pensamento" e o radicalismo libertário.

5.º Módulo
Principais alterações do campo literário português no primeiro quartel do século XX. O Neorromantismo como dominante e a literatura como questão de cidadania e de nacionalidade protagonizada pelas correntes vitalista, saudosista e lusitanista.

6.º Módulo
Decadência, regeneração e emancipação no período de emergência do Neorromantismo vitalista. Oscilações no tratamento literário da «Questão nacional». Refrações literárias da «Questão religiosa», da «Questão política» e da «Questão social».

7.º Módulo
A cultura antipositivista da Renascença Portuguesa e a literatura saudosista conduzida por Teixeira de Pascoaes. Sucedâneos progressistas da religiosidade tradicional, profetismo lusíada e compromissos políticos.

8.º Módulo
O recurso progressista aos motivos e às figuras tradicionais na literatura de «União Sagrada» em torno da Grande Guerra. A panaceia do «Portugal Maior» no rescaldo da Guerra: a saída africanista, a Cruzada Nun'Álvares e a «Questão sebástica». O surto de literatura feminina.

9.º Módulo
Da ascensão da literatura contrarrevolucionária na viragem de década ao legitimador arrastamento da literatura tradicionalista no Estado Novo. A cultura revisionista do Integralismo Lusitano, em torno de António Sardinha, e a literatura do “reaportuguesamento de Portugal”, em torno de Afonso Lopes Vieira.

10º Módulo
A revolução literária em nome de uma cultura de rutura em profundidade (contra os paradigmas racionalistas e realistas, positivistas e naturalistas). Erupções e soterramentos da modernidade estética nas primeiras décadas do século XX. Plataforma inconformista dos Modernismos em Portugal. As condições de existência do movimento de "Orpheu" e da sua cultura irónica catalisada pelo génio insuspeitado de Fernando Pessoa.

11.º Módulo
O destino meteórico das primeiras Vanguardas em Portugal e o génio intempestivo de Almada Negreiros. Ativismo estético, estratégia de provocação e vontade de antecipação artística. Incidências do Futurismo, do Cubismo e do Expressionismo.

12.º Módulo
Da tradição de «demopedia» na literatura republicana à cultura crítica de António Sérgio e da "Seara Nova". O valor exemplar da modernidade europeia à contraluz dos voluntarismos da «Alma nacional». Literatura e crítica literária como responsabilidade cívica e pedagogia social.

13.º Módulo
Entre a «traição dos clercs» e a «rebelião das massas». As controversas virtudes cívico-culturais do individualismo presencista e a insólita literatura provincial do Segundo Modernismo, em torno de José Régio, Miguel Torga e Vitorino Nemésio.

 

 

 

 

 

 


III – Metodologia

 

O curso disponibiliza os conteúdos temáticos, bem como apoio individual e instrumentos de avaliação na modalidade de E-Learning.

Cada módulo, subdividido em vários subtemas, apresenta uma síntese no ecrã principal. Através imagens ou palavras-chave, devidamente assinaladas no corpo principal do texto, os alunos serão conduzidos para o estudo de matérias correlacionadas e para o aprofundamento dos temas ministrados. Estas matérias serão apresentadas sob a forma de textos antológicos, sínteses bio-bibliográficas e conceptuais, orientações de leitura e de consulta de bibliografia crítica, entre outros.

 

 

 

 

 


IV - Público-alvo

 


O curso destina-se a professores do 2.º e 3.º ciclo do Ensino Básico e professores do Ensino Secundário, bem como estudantes do Ensino Superior, residentes em Portugal ou no estrangeiro. A decisão no que respeita à seleção dos formandos será feita pela Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República e pelo Instituto Camões e é irrevogável.


 

 

 

 

 

V - Número de formandos por turma


O número de formandos por turma será de 25 (vinte e cinco).



VI - Duração

 


O curso terá uma duração de 9 semanas, a começar no dia 15de fevereiro de 2011, com interrupção de 18 a 25 de abril.

 

 

 


VII – Avaliação
 


A avaliação do curso processa-se de duas formas:


1. Com intuitos prevalentemente formativos, no final de cada módulo, os alunos deverão responder a cinco questões fechadas. Assim são induzidos a revisitar os módulos e a orientar a sua atenção para os vetores estruturantes do curso, ao mesmo tempo que equacionam e elaboram as suas respostas com os elementos patentes nesses mesmos módulos.


2. No final, a avaliação sumativa realiza-se através da apreciação do trabalho realizado pelos alunos que consiste no desenvolvimento de dois dos oito temas apresentados.


 

 

 

 

 


VIII - Preço

 


A frequência do curso implica o pagamento de 100€ (cem euros). No caso dos docentes da rede de Ensino do Português no Estrangeiro do IC, I.P., este custo é suportado em 50% pelo IC, I.P., pelo que os docentes terão de pagar apenas metade do valor indicado. O pagamento será feito através de transferência bancária. O número da conta para depósito será enviado aos candidatos que forem selecionados.

De acordo com o regulamento da formação a distância, o Instituto Camões reserva-se o direito de cancelar os cursos que, à data de início, não tenham o número mínimo de inscrições necessárias à sua realização, o qual corresponde às vagas definidas na publicitação do curso. O IC, I.P. procederá à devolução do pagamento já efetuado por formandos de cursos nessa situação.

 

 

 

 

 



IX - Processo de candidatura

 


Os candidatos à frequência deste curso de formação a distância deverão preencher o formulário que está disponível na página do Centro Virtual Camões, até ao dia 6 de fevereiro de 2011.

 

X - Coordenação

Coordenação: Professor Doutor José Carlos Seabra Pereira, Professor Associado da Faculdade de Letras, da Universidade de Coimbra.