Almeida Garrett
Almeida Garrett (1799-1854)
Almeida Garrett, Frei Luiz de Sousa, fac-símile da edição da Quinta do Pinheiro |
Foi o introdutor do Romantismo em Portugal com o poema "Camões", 1825, desenvolveu o teatro (criando o Teatro Nacional e escrevendo obras de repertório, entre as quais se conta a obra-prima Frei Luís de Sousa, 1843), cultivou o romance histórico (O Arco de Sant'Ana, 1845) e foi um notável poeta do amor e das suas contradições, da sensualidade e da mulher.
Não te amo, quero-te: o amor vem da alma.
E eu na alma - tenho a calma,
A calma - do jazigo.
Ai! Não te amo, não.
Não te amo, quero-te: o amor é vida.
E a vida - nem sentida
A trago eu já, comigo.
Ai, não te amo, não!
Ai! não te amo, não; e só te quero
De um querer bruto e fero
Que o sangue me devora,
Não chega ao coração.
Folhas Caídas, 1853 (excerto)
© Instituto Camões, 2001