Século XVIII
O Ciclo dos Mestres
o início de setecentos, o pintor de azulejo volta a assumir o estatuto de artista assinando, com frequência, os seus painéis.
O percursor desta situação foi o espanhol Gabriel del Barco, activo em Portugal em finais do século XVII, introduzindo um gosto por envolvimento decorativo mais exuberante, e uma pintura liberta do contorno rigoroso do desenho.
Estas inovações abriram caminho a outros artistas, dando início a um período áureo da azulejaria portuguesa — o Ciclo dos Mestres — reacção às importações holandesas, tendo os pintores aplicado às suas obras uma original espontaniedade na utilização mais livre e pictórica das gravuras, e na criatividade das composições de azulejos ajustadas aos espaços arquitectónicos.
António Pereira, Manuel dos Santos e o monogramista PMP, são os pintores mais importantes, devendo-se, no entanto, destacar António de Oliveira Bernardes e o seu filho Policarpo de Oliveira Bernardes.
Exímio na composição, António foi o Mestre por excelência na modelação das figuras e tratamento dos espaços envolventes, e com a sua grande capacidade técnica e artística, o principal responsável pelas mais sofisticadas criações da azulejaria figurativa portuguesa deste período.
Cena Mitológica, Gabriel del Barco,
c. 1695, MNA inv. 900.
foto: José Pessoa (DDF-IPM)
«Lava-pés», Rua das Amoreiras,
Lisboa, António de Oliveira Bernardes,
primeiro quartel do século XVIII.
foto: Nicolas Lemonnier
«Conquista de Lisboa»,
Mosteiro de São Vicente de Fora, Lisboa,
Manuel dos Santos, c. 1710.
foto: Nicolas Lemonnier
Quinta da Capela,
Sintra, António de Oliveira Bernardes,
primeiro quartel do século xviii.
foto: Nicolas Lemonnier
Retratos dos Marqueses de Minas,
Palácio dos Marqueses de Minas, Lisboa, Mestre PMP,
primeiro quartel do século XVIII.
foto: Nicolas Lemonnier
Capela de São Filipe,
Setúbal, Policarpo de Oliveira Bernardes, 1736.
foto: Nicolas Lemonnier
© Instituto Camões, 2000