Aprender a brincar http://cvc.instituto-camoes.pt/biografias-dp10.html Tue, 26 Nov 2024 12:17:48 +0000 Joomla! - Open Source Content Management pt-pt naoresponder.plataforma.cvc@fbapps.pt (Centro Virtual Camões) Filipa César http://cvc.instituto-camoes.pt/biografias/filipa-cesar-dp6.html http://cvc.instituto-camoes.pt/biografias/filipa-cesar-dp6.html Filipa CésarPorto ¶ 1975

 

  Filipa César
  Créditos fotográficos / Photographic credits:
Abílio Leitão

Estudou na FBAUP e FBAUL, vive e trabalha em Berlim onde frequenta o Mestrado em Artes Visuais da Hochshule der Kunst, HDK. Tendo desde muito cedo escolhido o vídeo como medium principal abordou, numa primeira fase do seu trabalho, a relação entre espaço interior e espaço exterior transformando estratégias de comunicação em estratégias de introversão e vice-versa. A temática relacional que rodeia a sua obra irá criar uma sequência de obras nas quais o devaneio do flâneur será transformado num "encontro". O "encontro" é o encontro com o olhar do Outro, e esse Outro é sempre, em ultima análise, o olhar da câmara, que Filipa César simula pertencer a alguém, encenando um persistente fantasma romântico, o do encontro fortuito, numa expressão de nostalgia pela noção de comunidade e comunicação. A presença mais recorrente na sua obra é a dos "terrenos vazios" do afecto, lugares da impossibilidade comunicacional como são os grandes passeios urbanos, os centros comerciais ou as salas de espera. Nesses lugares as personagens deambulam exercitando um alienante cruzamento entre alheamento e expectativa, entre o vazio e a promessa. Em Romance (2003) a artista articula duas metades de um guiché de atendimento, produzindo a ilusão de que os intervenientes dialogam, gerando um efeito de "suspensão da descrença" que imediatamente emociona o espectador. Embora na generalidade a artista adopte uma posição de voyeur, usando os olhares alheios e simulando uma relação entre os intervenientes, existe também no seu trabalho uma tendência para a direcção de cena. Em Lull (2002) encena uma sala de espera e respectivos personagens. Estamos aqui perante um efeito de inversão: em vez da simulação de uma ficção a partir de um documento temos uma simulação de um documento através de uma ficção. Numa viragem recente a autora ensaiou uma síntese das duas tendências. Visando produzir obras de maior complexidade narrativa, a artista procura utilizar o dispositivo documental como um meta-nível ficcional. Em F for Fake (2005) inclui uma nova camada imaginária num filme que é, já de si, o ficcionar de um documentário. A autora demonstra que, na era da electrónica, não existe dentro ou fora do dispositivo, questionando se uma ficção de um documentário de uma ficção é, afinal, um documentário ou uma outra ficção.


Bibliografia

 

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cvinagre@instituto-camoes.pt (Cláudio Vinagre) Biografias Thu, 16 Jul 2009 08:56:54 +0000
Vasco Araújo http://cvc.instituto-camoes.pt/biografias/vasco-araujo-dp8.html http://cvc.instituto-camoes.pt/biografias/vasco-araujo-dp8.html Vasco AraújoLisboa ¶ 1975

  Vasco Araújo
  Créditos fotográficos / Photographic credits:
Abílio Leitão

Licenciado em Escultura pela FBAUL, realizou o Curso Avançado em Artes Plásticas da Maumaus – Escola de Artes Visuais. Na sua breve mas convincente carreira foi contemplado com o Prémio EDP Novos Artistas (2002) e residente do Core Program do Museum of Fine Arts de Houston (2003-2004) e da University of Arts em Philadelphia (2007). É um dos artistas mais internacionais da sua geração com participações na Bienal de Sidney 2002 e na Bienal de Veneza 2005. ¶ Trabalha sobretudo na área da instalação centrada no vídeo mas utiliza também o objecto apropriado, a fotografia e o texto, muitas vezes em diálogo com o texto e o som. Muitas das suas obras têm a ópera como universo referencial e a música, trabalhada sob diferentes formas, é uma componente decisiva do seu trabalho. O artista, ele próprio cantor de ópera, utiliza a narrativa visual como eixo central do processo criativo, num jogo entre o real e o fictício, o som e o silêncio, o feminino e o masculino, o íntimo e o social. Metáforas de dramas pessoais (La Stupenda, 2001) ou jogos de sedução (Dilema, 2004), as suas obras põem em jogo identidades e destinos e problematizam o estatuto da condição e da comunicação humanas. Numa atitude perto da heteronímia, o autor, por vezes com recurso ao travesti, interpreta algumas das suas personagens (Diva-a portrait, 2000 ou Duettino, 2002) trazendo para a arena pública a questão da comunicabilidade e apontando para uma concepção da arte (e da realidade) como produtos de uma super-encenação. As referências ao barroco e a dimensão cenográfica ganham relevo em instalações como Dilema (Serralves, 2004), com retratos do artista interpretando a linguagem dos leques, ou Recital (2002), na qual recria a atmosfera de uma sala de concerto exercitando uma análise estrutural das diferentes instâncias de significação constituídas pelas imagens, vozes, sons e textos do espectáculo operático. Em obras mais recentes (The Girl of the Golden West, O Jardim) a análise das questões da comunicação e do confronto entre papéis sociais assume uma dimensão mais política remetendo para as temáticas do multiculturalismo e pós-colonialismo. Em 2006, foi nomeado para o Prémio BES Photo.


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cvinagre@instituto-camoes.pt (Cláudio Vinagre) Biografias Thu, 16 Jul 2009 08:56:54 +0000
João Onofre http://cvc.instituto-camoes.pt/biografias/joao-onofre-dp8.html http://cvc.instituto-camoes.pt/biografias/joao-onofre-dp8.html João OnofreLisboa ¶ 1976

  João Onofre
  Créditos fotográficos / Photographic credits:
Abílio Leitão

Estudou pintura na FBAUL completando os seus estudos com um MFA no Goldsmith College em Londres. ¶ Um dos mais bem sucedidos artistas da sua geração, Onofre teve uma precoce exposição internacional com o convite que lhe foi dirigido por Harald Szeemann para integrar a Bienal de Veneza de 2001. Trabalhando quase exclusivamente em vídeo o artista tem vindo a explorar o potencial performativo desse medium. Utilizando uma disposição clássica que assenta na unidade de tempo e lugar, encena situações de extrema habilidade comunicacional cuja eficácia em termos de "mensagem" é garantida pelo recurso à citação. A citação não deve ser aqui entendida em sentido restrito mas em termos culturais mais vastos incluindo a referência emocional e a destreza na manipulação da mesma. Apresentando uma imensa nostalgia pelo universo referencial da modernidade Onofre vai revisitando os seus mitos com um olhar tão clínico quanto sentimental. Assim, o voluntarismo neo-realista é evocado pela re-encenação da última frase de Stromboli de Roberto Rosselini num casting povoado por jovens aspirantes a modelo cuja inefável superficialidade dolorosamente contrasta com a densidade dramática de "Che io abbia la forza, la convinzione e il coraggio". Tal como João Onofre alinha os seus figurantes ou situações frente à câmara, nós podemos aqui alinhar outros temas por ele revisitados: a mecanização do humano em Instrumental Version (2001), vídeo que representa um coro universitário a cantar a transcrição de uma música electrónica dos Kraftwerk (The Robots); a impossibilidade de comunicação no contexto de uma relação amorosa, no vídeo que eterniza uma sequência de Martha de Fassbinder; a força selvagem do inconsciente enquanto paradigma romântico de produção artística e a tensão resultante do esforço de contenção civilizacional em Untitled (Vulture in the Studio) de 2002, que mostra um abutre no estúdio do artista. Expondo a história das expectativas da modernidade Onofre utiliza o vídeo como evocação de um palco teatral. Acrescenta um meta-nível de filiação à sua produção, reafirmando, ao nível formal, o que lhe é mais próprio em termos de conteúdo: a nostalgia por uma era irremediavelmente perdida na/pela electrónica.


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cvinagre@instituto-camoes.pt (Cláudio Vinagre) Biografias Thu, 16 Jul 2009 08:56:54 +0000
João Pedro Vale http://cvc.instituto-camoes.pt/biografias/joao-pedro-vale-dp7.html http://cvc.instituto-camoes.pt/biografias/joao-pedro-vale-dp7.html João Pedro ValeLisboa ¶ 1976

 

  João Pedro Vale
  Créditos fotográficos / Photographic credits:
Abílio Leitão

Formou-se em escultura na FBAUL e fez o curso avançado da Maumaus-Escola de Artes Visuais. Na primeira exposição individual (Módulo, 2000) apresentou esculturas que remetiam para a atmosfera de um ginásio apostando em referências sexuais e na utilização de materiais pouco convencionais com grande capacidade de apelo sensorial. Vejam-se Can I Wash You?, peça de chão com a forma de uma moeda de barras de sabão azul e branco, ou Please don't Go, alcatifa feita de pastilha elástica cor de rosa, ambas de 1999, ou Beefcake (2000), com os respectivos títulos inscritos como baixos relevos nas próprias obras. Num momento seguinte o autor revisita Hollywood e o universo Disney (re)produzindo o vestido de Dorothy de O Feiticeiro de Oz, (Dorothy, 2001), o Palácio da Bela Adormecida (I Have a Dream, 2002) ou Pinóquio (When You Wish Upon a Star, 2001). Referencias cinematográficas infantis pertencentes a um imaginário cultural global são desviadas e reinventadas em proveito de renovadas fruições de imaginários pessoais. ¶ O autor recria depois objectos e símbolos associados a visões tradicionais da história e identidade nacionais assentes na mitificação das viagens e vocação marítima dos portugueses. É o caso dos barcos, como em Bonfim, um pequeno barco de pesca arruinado forrado de fitinhas semelhantes às do Nosso Senhor do Bonfim (Brasil), Barco Negro (2004) ou Foi bonita a festa pá (2006). A um farol construído com areia dá o título Heróis do Mar (2004). Por via de regra, na obra do autor, há um trabalho de citação e metamorfose de objectos pré-existentes oriundos da cultura popular tradicional ou da cultura global de massas. As formas são recriadas através de uma radical modificação dos materiais, contextos e conotações. O jogo entre materiais "pobres" e efeitos "ricos" de cor e luz faz eco ao jogo entre o luxo e o kitsch. O recurso a materiais modestos e inusitados sabota a distinção entre erudito e vernacular, belo e horrível, humildade e sofisticação. Em peças mais recentes a valorização da criatividade popular serve uma análise das fantasias colonialistas em que a desmistificação das ficções de dominação abre caminho a possibilidades plurais de invenção híbrida de novos jogos plásticos e simbólicos.


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cvinagre@instituto-camoes.pt (Cláudio Vinagre) Biografias Thu, 16 Jul 2009 08:56:54 +0000
João Louro http://cvc.instituto-camoes.pt/biografias/joao-louro-dp6.html http://cvc.instituto-camoes.pt/biografias/joao-louro-dp6.html

João Louro Lisboa ¶ 1963

  João Louro
  Créditos fotográficos / Photographic credits:
Abílio Leitão
Formado em pintura no Ar.Co, João Louro começou a expor no inicio dos anos 90, tendo formado, com João Tabarra, no princípio dessa década, a Entertainment Co. A postura subversiva desta dupla de artistas associa-se ao interesse pela crítica das condições de produção e de circulação das obras de arte e aos problemas levantados em torno dos conceitos de autor e assinatura. Da sua actividade destacam-se o projecto Read my Lips – All Guilty, criado para a Manifesta de 1996, onde o "estado da arte" serviu de mote para uma série de entrevistas a artistas e directores de museus, salientando a importância dos circuitos internacionais na afirmação e reconhecimento da obra de um artista; e a exposição Air Bag, The Return of the Real (1998) apresentada no Museu do Chiado, em Lisboa. Nesta última os artistas manipularam os dispositivos de significação e distribuição mediática erigindo uma exposição espectacular como crítica à lógica do espectáculo. As suas mais recentes Blind Paintings marcaram presença na Bienal de Veneza 2005. ¶ No seu percurso individual, e consequente com a sua geração, João Louro tem elegido a citação como dispositivo estruturante. Assim, as suas obras funcionam como plataformas de leitura cujo sentido se encontra sempre além das mesmas, no horizonte cultural da modernidade e da sociedade pós-industrial. A citação em João Louro assume-se através de dois aspectos, o aspecto nominal, em que a obra evoca um nome ou uma designação cuja ressonância se deseja comunicante, e o aspecto formal, no qual a obra apropria a aparência de uma obra anterior para a qual remete. Na exposição retrospectiva Blind Runner (2004) apresentada no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, estes dois aspectos articulam-se traçando uma topografia de referências que são tanto pessoais como geracionais, levantando simultaneamente questões como o uso da linguagem e da palavra escrita, ou uma revisão da história da imagem na cultura contemporânea. O minimalismo, a cultura pop, o estruturalismo e pós-estruturalismo, autores como Guy Debord, Georges Bataille ou Walter Benjamin, artistas como Donald Judd ou o sempre presente Duchamp, formam o léxico através do qual João Louro exprime a sua visão da arte e da cultura enquanto sistemas auto-referenciais.


Bibliografia

 
Página Web
 

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cvinagre@instituto-camoes.pt (Cláudio Vinagre) Biografias Thu, 16 Jul 2009 08:51:19 +0000
Pedro Portugal http://cvc.instituto-camoes.pt/biografias/pedro-portugal-dp8.html http://cvc.instituto-camoes.pt/biografias/pedro-portugal-dp8.html Pedro Portugal Castelo Branco ¶ 1963

  Pedro Portugal
  Créditos fotográficos / Photographic credits:
Abílio Leitão

Começou por frequentar um curso técnico de construção civil antes de iniciar o seu percurso artístico. Já na ESBAL é um dos fundadores do movimento Homeostético. A primeira individual tem lugar em 1985, ano em que termina a licenciatura em pintura. Apresenta pequenos quadros a óleo e pastel denunciando um código de estilização figurativa ou, mais genericamente, um sistema de sinais, reportável à banda desenhada e ao cinema de animação. A aproximação aos grafismos não é feita através de qualquer espontaneidade ou facilidade de execução mas, pelo contrário, através de um meticuloso trabalho de composição, com constante recurso a apurados jogos de contrastes e simetrias. No entanto, Pedro Portugal não é apenas um pintor, é também um "agitador" cultural. No final da década de 80, o seu trabalho alarga e explicita uma intenção de comentário crítico à situação artística, cultural, social e política de Portugal. De entre as obras que obedecem a esta motivação refira-se o eucalipto invertido instalado na rotunda do aeroporto de Lisboa em 1991. Ao longo da década de 90 assistimos a uma crescente diversificação dos horizontes do trabalho do artista. Uma diversificação das formas materiais de trabalho, com predomínio das instalações realizadas com objectivos específicos. Uma diversificação das intenções sociais das intervenções, com uma forte componente de preocupações ecológicas e crítica política. Uma diversificação das formas de divulgação da actividade, com a organização de associações de artistas e de estruturas de pesquisa e difusão. É significativo o recurso decisivo à informática, com a produção de pintura cuja concepção e existência tem antes de mais uma realidade virtual em computador, e cuja execução compete ao espectador que assume um papel activo na criação da obra. Pedro Portugal trabalha de forma multifacetada a omnipresente questão do fim da pintura ou da tradição estética e cultural que normalmente se lhe associa, questionando em simultâneo a possibilidade da arte hoje e a sua função social.


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cvinagre@instituto-camoes.pt (Cláudio Vinagre) Biografias Thu, 16 Jul 2009 08:51:19 +0000
Miguel Palma http://cvc.instituto-camoes.pt/biografias/miguel-palma-dp8.html http://cvc.instituto-camoes.pt/biografias/miguel-palma-dp8.html

Miguel Palma Lisboa ¶ 1964

  Miguel Palma
  Créditos fotográficos / Photographic credits:
Abílio Leitão

Vive e trabalha em Sintra e expõe regularmente desde 1988. O seu trabalho, maioritariamente produzido no campo da instalação, inscreve-se numa tendência de re-apropriação da experiência que marcou a arte na década de 90 e que se procura afirmar contra a progressiva alienação dos processos de produção. Em muitas das suas obras encontramos um quase infantil deslumbramento com o "fazer", que se espelha num encantamento pelos materiais e pela manufactura. Decorre também desta ideia a frequente produção de maquetas, sendo que a maqueta ou a miniaturização radica num impulso apropriativo que supõe uma disposição metonímica. Esta é, aliás, a condição "sine qua non" para a própria ideia de modelo, pedra angular da abordagem científica e do método experimental em que o autor baseia a sua produção. Miguel Palma expõe um universo estranhamente desabitado onde a máquina ou o sistema são omnipresentes e auto-suficientes excluindo qualquer participação do humano. Vejam-se alguns exemplos: Engenho (1993), uma viatura artesanal capaz de percorrer grandes distâncias tal como o artista demonstrou na viagem inaugural; Carbono 14 (1994), uma maqueta de um corte arqueológico mostrando os equipamentos da nossa civilização como se tivessem sido soterrados por diversos geo-estratos. Estamos perante uma revisitação do mais moderno dos fantasmas, que ainda não cessou de nos assombrar: a "máquina celibatária". Que, na verdade, não é uma máquina mas sim uma figuração do inumano enquanto "existential closure" ("finalização existencial"). As instalações de Miguel Palma remetem para essa inquietante tensão entre a pungência dos materiais, a densidade das coisas e a automatização do propósito. Uma das suas últimas obras Secretária Ilustrada (2003), uma secretária em cujo tampo foi inserida uma mini-paisagem, é testemunho dessa tensão, que aqui reaparece inscrita entre a burocracia e a vertigem romântica. Em 2005, realizou o Projecto Aríete, uma "road trip" pela Europa e seus principais museus num veículo próprio, alterado pelo artista.


Bibliografia

 

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cvinagre@instituto-camoes.pt (Cláudio Vinagre) Biografias Thu, 16 Jul 2009 08:51:19 +0000
João Tabarra http://cvc.instituto-camoes.pt/biografias/joao-tabarra-dp8.html http://cvc.instituto-camoes.pt/biografias/joao-tabarra-dp8.html João Tabarra Lisboa ¶ 1966

 

  João Tabarra
  Créditos fotográficos / Photographic credits:
Abílio Leitão

Durante a primeira fase da sua carreira João Tabarra trabalhou em dupla com João Louro sob a sigla Entertainment Co. O percurso a solo de João Tabarra irá afirmar-se a partir da exposição What Type of Contestation Are We Asking For de 1997, em que o artista se elege a si próprio enquanto personagem de representação, após a morte do seu anterior objecto privilegiado João Ponte Diniz "Pilha Eléctrica", campeão de mínimos amadores de boxe de 1943, retratado para o políptico com o seu nome e para Portugueses na Europa de 1995, que foi a imagem da exposição Aperto da Bienal de Veneza do mesmo ano. Adoptando a t-shirt listrada dos marinheiros franceses imortalizada em Querelle – que é também a de Wally de Onde está o Wally e a de Jean Paul Gaultier – o artista posa quer em idílicos e irreais cenários quer em caóticas e violentas cenas reais onde o único traço de irrealidade é precisamente a sua presença. Tendo trabalhado como repórter fotográfico, a fotografia é predominante na obra de João Tabarra. No entanto, a marca da foto-reportagem só se torna relevante na exposição No Pain No Gain de 2000 que combina a crueza do realismo fotográfico com o delírio de uma encenação na qual uma fada travesti remexe em latas de lixo. O curto circuito entre o imaginário e o real e a inquietante estranheza que dele emana são um dos traços fundamentais da obra de João Tabarra. Outro será a recorrente alusão ao "terrain vague", o espaço de ninguém, como wasteland e wonderland, ou seja, como espaço de desolação e de possibilidade. O vídeo tem vindo a ganhar terreno na produção de João Tabarra, sendo as suas produções mais emblemáticas dos últimos anos realizadas neste medium. Mute Control, apresentado na Fundação de Serralves em 2000 e Barricades Improvisées de 2001 apresentam encenações de confronto entre o indivíduo e o colectivo. O momento de máxima tensão é, em ambos os vídeos, mantido em suspenso eternizando o "instante decisivo". O lado mais nostálgico da produção do artista retorna em Poço dos Murmúrios, apresentado na Bienal de São Paulo de 2002. As moedas da nova União Europeia são lançadas num poço enquando os desejos que as acompanham são mantidos em silêncio.


Bibliografia

  

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cvinagre@instituto-camoes.pt (Cláudio Vinagre) Biografias Thu, 16 Jul 2009 08:51:19 +0000
Jorge Queiroz http://cvc.instituto-camoes.pt/biografias/jorge-queiroz-dp8.html http://cvc.instituto-camoes.pt/biografias/jorge-queiroz-dp8.html Jorge Queiroz Lisboa ¶ 1966

 

  Jorge Queiroz
  Créditos fotográficos / Photographic credits:
Abílio Leitão

Frequentou o Ar.Co e depois de uma curta estadia em Londres no Royal College of Art ingressou na School of Visual Arts em Nova Iorque, em 1997, onde residiu durante os seis anos seguintes. Em 2004 estabeleceu-se em Berlim e tem hoje uma ampla presença internacional em galerias e museus. Destaque para a presença nas Bienais de Veneza 2003 e São Paulo 2004 a convite dos respectivos comissários Francesco Bonami e Alfons Hug. Trabalhando sobretudo o desenho, Jorge Queiroz parte de um referencial pós-surrealista ou pós-simbolista para criar um universo eminentemente pessoal. É uma característica marcante da sua abordagem a total ausência de títulos ou mesmo de enumeração das obras, remetendo essa ausência para um universo a-linguístico cuja natureza não é consentânea com nenhuma linearidade narrativa. Nos seus cenários oníricos omite qualquer organização ou hierarquia, subvertendo a relação figura-fundo ou interior-exterior, numa profusão de traços e marcas que parecem revirar-se sobre as suas próprias entranhas. Evocando o mundo alquímico da garrafa de Klein (uma garrafa que se revira sobre o seu próprio interior e que Duchamp usou como referência nos seus estudos sobre a quarta dimensão) os desenhos de Jorge Queiroz remetem para essa quarta dimensão, enquanto possibilidade matemática e fantasma milenar. Na inversão entre o conteúdo e o contido, que Jorge Queiroz continuamente põe em prática, exprime-se toda uma percepção de energia obscura que vem acompanhando tanto a arte quanto a ciência ao longo do último século. Através de extravagantes suposições, como sejam o ectoplasma ou a telecinésia, e de extraordinárias evidências, como a radioactividade, o magnetismo ou a electricidade, um imaginário tão fantástico quanto fantasmático tomou corpo. Jorge Queiroz pertence a esse imaginário, demonstrando que a contemporaneidade está bem longe da noção de identidade enquanto Forma, do Eu-pele, do classicismo.


Bibliografia

 

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cvinagre@instituto-camoes.pt (Cláudio Vinagre) Biografias Thu, 16 Jul 2009 08:51:19 +0000
Rigo http://cvc.instituto-camoes.pt/biografias/rigo-dp8.html http://cvc.instituto-camoes.pt/biografias/rigo-dp8.html Rigo Madeira ¶ 1966

  Rigo
  Créditos fotográficos / Photographic credits:
Abílio Leitão

Rigo, ou melhor, Ricardo Gouveia, emigrou em 1985 para São Francisco, nos Estados Unidos, cidade onde afirmou uma consistente carreira artística cuja motivação é assaz alienígena ao contexto nacional português. Formando-se no Art Institut de São Francisco, num ambiente multicultural com influências underground e hispânicas, a retórica que funda o seu trabalho remete para uma afirmação étnica que a sociedade portuguesa nunca viveu. A sua obra abrange territórios como a banda desenhada ou a pintura, tendo trabalhado sobretudo no âmbito da arte pública, com pinturas e intervenções murais no espaço urbano, algumas das quais realizadas em ligação com a comunidade hispânica e com clara intencionalidade política, tais como One Tree (1995), na downtown de São Francisco. Ao longo da última década o empenhamento político do autor manifestou-se também através da sua ligação, quer pessoal, quer na sua prática artística, com Robert King, que esteve preso durante trinta anos, e com Leonard Peltier, líder nativo americano, que Rigo considera prisioneiros políticos. Um outro choque cultural provocado pelo contacto com Taiwan, em 1997, dá origem a uma nova série de trabalhos que alargam o espectro da geografia cultural da obra de Rigo. Num momento em que o tema do multiculturalismo está na ordem do dia dos debates estéticos e ideológicos à escala mundial torna-se particularmente aliciante acompanhar um percurso em se inscrevem as marcas de diferentes periferias e sucessivas distâncias e deslocações. Em 1994, na Galeria Porta 33, no Funchal, numa exposição intitulada "Largo do Canto do Muro", Rigo cobre o chão com calçada portuguesa, segundo um padrão evocativo do movimento do mar, e pinta as paredes segundo um padrão abstracto evocando igualmente a superfície do mar, sobre o qual inscreve dezenas de nomes de localidades, ruas e sítios da ilha da Madeira. O conjunto da obra do autor foi apresentado pela primeira vez em Portugal numa notável exposição retrospectiva comissariada por Manray Hsu em 2006 no Centro das Artes Casa das Mudas na Calheta (Madeira). Também em 2006 essa mesma exposição foi adaptada ao espaço da Galeria ZDB, em Lisboa. Nada de Novo/Swim Again foi comissariada por Manray Hsu e Natxo Checa e também incluia uma série de intervenções no espaço urbano, algumas delas de carácter permanente, como o mural Europa Latina na Av. 24 de Julho.


Bibliografia

 

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cvinagre@instituto-camoes.pt (Cláudio Vinagre) Biografias Thu, 16 Jul 2009 08:51:19 +0000