Pedro Casqueiro

Pedro CasqueiroLisboa ¶ 1959

 

  Pedro Casqueiro
  Créditos fotográficos / Photographic credits:
Abílio Leitão

Formou-se pela ESBAL, começando a expor muito cedo, ainda enquanto aluno, logo no início da década de 80. Desde os primeiros trabalhos constata-se que para Casqueiro a atitude plástica, no terreno da prática da pintura, é mais importante do que a atitude teórica ou a postura ideológica. As referências não tomam a forma de citações ou comentários mas funcionam como pretextos para desenvolver dinâmicas de deslocação, multiplicação e recomposição de elementos plásticos. Não se trata de citar um modelo sintetizado, depurado e arrefecido – colocado à distância de um questionamento crítico. Trata-se de utilizar vários modelos no âmbito de uma lógica de desmultiplicação e complexificação. Num primeiro momento, através do recurso a diversas soluções gráficas e compositivas, a pintura de Casqueiro configura uma verdadeira explosão visual, com recurso à sobreacumulação e ao contraste por choque de cores e de espaços. Na viragem das décadas de 80 para 90 surge uma versão mais amena da pintura de Casqueiro. As superfícies são trabalhadas com apurado preciosismo: as sobreposições resolvem-se num fundo tendencialmente monocromático em que se inscrevem ou se deixam ver formas organizadas de acordo com padrões rítmicos. A partir de meados de 90 predominam obras mais contidas marcadas por um rigor arquitectónico ou mesmo uma simplificação geométrica que contrastam com o anterior bulício maneirista. Mais recentemente Casqueiro recorre de novo a referentes gráficos e figurativos por vezes reportáveis à banda desenhada mas sempre re-elaborados de acordo com o seu peculiar ritmo de composição. Como característica mais genérica da sua obra permanece a capacidade de multiplicação de espaços: a capacidade de combinar espaços bi-dimensionais com sugestões tri-dimensionais ou de cruzar espaços abstractos com espaços representativos. Como num cenário virtual o espaço é ele próprio uma personagem cuja pulsação se deixa pressentir de acordo com a intensidade da atenção do observador.


Bibliografia

 

 

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