Astrolábio Náutico

O astrolábio é um instrumento muito antigo para medir ângulos e que serve, nomeadamente, para medir a altura dos astros acima do horizonte. Atribui-se a sua invenção a Hiparco, considerado por vezes o pai da astronomia e da trigonometria. Ptolomeu designa por astrolábio a esfera armilar, que os árabes combinaram com o globo celeste e aperfeiçoaram criando assim o astrolábio esférico. O astrolábio planisférico, é uma simplificação que resulta numa projecção estereográfica polar da esfera celeste sobre um plano. Os gregos já o conheciam mas foi através dos árabes, que o introduziram na Península Ibérica, que chegou à Europa.

O astrolábio náutico foi uma simplificação do planisférico e tinha apenas a possibilidade de medir a altura dos astros. Inicialmente tinha a configuração da face posterior dos planisféricos. No entanto e com a experiência dos pilotos ganhou nova forma. Deixou de ser fabricado em chapa de metal ou madeira e passou a fundir-se em liga de cobre, de modo a que o seu peso, cerca de dois quilos, o sujeitasse menos ao balanço do navio. O disco inicial foi parcialmente aberto para diminuir a resistência ao vento. A forma definitiva do astrolábio náutico fixa-se assim numa roda, com dois diâmetros ortogonais no centro da qual gira uma mira habitualmente chamada alidade ou medeclina. Esta alidade dispõe de duas pínulas com orifícios que se alinhavam com o astro. Num dos extremos da medeclina, esta intercepta uma escala de 0 a 90 graus gravada nos quadrantes superiores da roda.


Apontadores

Museu da Marinha - Sala dos Descobrimentos

Museu do Observatório Astronómico da Universidade de Coimbra

Associação Nacional de Cruzeiros - Astrolábio Náutico

Astrolábio planisférico de Nicol Patenal 1616 (frente) Astrolábio planisférico de Nicol Patenal 1616 (verso) Astrolábio Náutico de 1606

© Instituto Camões 2003