Teresa Salomé Mota



João Carrington Simões da Costa (1891-1982)




José Pinto Peixoto deixou importantes contributos para o conhecimento da circulação global da atmosfera.

Amostra de calcite pertencente à colecção do Museu de Mineralogia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. Devido à dedicação de naturalistas como Carrington da Costa em 1937 o Museu e Laboratório Mineralógico e Geológico possuía um espólio tão vasto que se distribuía por seis salas.

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Carrington da Costa era diplomado em Ciências Histórico-Naturais pela Universidade do Porto e pela Escola Normal Superior de Lisboa. Foi naturalista do Museu Mineralógico e Geológico da Universidade do Porto entre 1928 e 1936. Doutorou-se pela Universidade do Porto em 1931 com a tese O Paleozóico Português – Síntese e Crítica, tendo passado a pertencer ao corpo docente dessa Universidade em 1936. Ascendeu a professor catedrático em 1942. Foi chefe das Missões de Estudos Geológicos à Guiné nos anos de 1946 e 1947; presidente da Sociedade Geológica de Portugal; dirigiu o Centro de Mineralogia e Geologia da Comissão de Estudos de Energia Nuclear do Instituto para a Alta Cultura; presidente da Comissão Executiva da Junta de Investigações do Ultramar, entre outros cargos oficiais.

Carrington da Costa teve papel fundamental na renovação dos estudos e da investigação em Geologia em Portugal, sendo considerado como o mais importante líder da chamada “Escola de Geologia do Porto”. Os seus principais trabalhos científicos dizem respeito ao estudo das formações paleozóicas portuguesas, quer sob o aspecto estratigráfico, quer sob o aspecto paleontológico, quer mesmo tectónico. Carrington da Costa trabalhou também no Mesozóico, em particular no denominado “Grés de Silves”.

Carrington da Costa foi autor de sucesso de manuais de Geologia para o ensino liceal. Em 1929, foi um dos colaboradores nomeados para os Serviços Geológicos (SG).

Além das suas facetas enquanto professor e investigador, Carrington da Costa destacou-se também como militar e homem público. Mobilizado durante a I Guerra Mundial, combateu nas trincheiras e foi feito prisioneiro. Enquanto preso, fez parte de um grupo de oficiais que organizava cursos e conferências. De regresso a Portugal, juntou-se aos republicanos durante o combate aos monárquicos em 1919. Carrington da Costa foi, sucessivamente, ajudante de campo do ministro da Guerra, governador civil de Braga e chefe de gabinete do ministro da Instrução Pública.


Teresa Salomé Mota


Bibliografia

Homenagem ao Professor Doutor J. Carringon da Costa
, (Junta de Investigações do Ultramar, Lisboa, 1962), pp. 7—28

Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, (Lisboa e Rio de Janeiro, Editorial Enciclopédia Lda.), volume 6, pp. 24 e 25

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