{\pwi, TahomaCourier New/=  =@H`=#### V#######"##################/#4#:#-#(#,#9##8# #9#2#7# #/# #8#1#4# #8# #)#:#8##$#3#8# #6##9#9#1#2#9# #2#)#.#3#9#4#!#9#+#5#)#:# ### ###6#;# #2# #1#8##8#6# ######3# #7##0##8##-#9#<#9# # ###"###.#9#.#-#1# #3#&#.#'#9#6#8#:#-#0# ######5# #8#2#:#(#-#.#5#6# #9#4#:# #7#3# ### ###,#9#2#*#.#7# #8#6#0#2#2#,#-#/#4#4#/#1# #(#/#0#4#7#0#7########/#6#-#2#.#-#3#4#.#0# #1#:#0#1#4#4#*#7#0#6#7#1#4#'#2#.#<#2#6# #5##7#/#5#7#;#.#2#;##########5#2#8#/#%#4#4#;#"#3#7##6#)#3# #8##0#4#2#2#8##9##6# #6##6# #8##5#7#7#2# #%#7# #<##8#+#'#)#7#5#5#5#;# #/#4#6#3#7#6#5#&#/#1#8##+#(#)#3#2#0# #7# #6# #/# #2##4#3#6#/# #4# #0#5#,#*#5##5#3#5#;#;#3#.#3#2#-#3#3#1#$#/#5# #;#0##,#;#8# #0#.#7#0# #0#:#-#.#8#6#3#.#9##=#5#9#6# #0#:#'#4#7#*#.#5# #;#*##4#2#6#/#-#;#8##5# #2# #3# #$#0# #1#$#3#6#0#.#.#+#9#7#:# #2##3##9#/#5#+#3#*#.#0#1#5#1#6##0#7#9# #;#8# #,#2# #4#'#,#:#*#1#:# #2#;########2# #*#2#8#8#8##6#-#0#.#6###A#=D" A Chegada de Ulisses ao Pas dos Feaces, Canto VI - OdisseiaB"    A# " B" A# " HomeroB" A# " B" A#^V] " O Canto VI da Odisseia, aqui publicado, foi extrado do livro Hlade, Antologia da Cultura Grega organizada e traduzida do original pela Prof. Dr. Maria Helena da Rocha Pereira e editada pelo Instituto de Estudos Clssicos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (6. edio, 1995), que gentilmente autorizaram a sua publicao.B"!             A# " B" A#$" 1996, Parque EXPO 98. S.A.B" A# " B" A# " ISBN 972-8127-34-0B" A#" Lisboa, Julho de 1996B" A# " B" A#")" Verso para dispositivos mveis: B"`   A#$" 2009, Instituto Cames, I.P.B" A# " B" A#  " ***B"l A# " B" A# " B" A# " B" A# " B" A#" A CHEGADA DE ULISSESB" A# " AO PAS DOS FEACESB" A# " B" A# " B" A# " B" A# " B" A# " B" A#" O sonho de Nauscaa B" A# " B" A# " B" A#/6" Assim adormeceu nesse lugar o divino Ulisses, B" @ A#4;" que muito sofreu, vencido pelo sono e pela fadiga. B"  A#:A" Entretanto Atena dirigiu-se ao povo e cidade dos Feaces, B"  A#-4" que moraram outrora na vastido da Hipria, B"  A#(/" perto dos Ciclopes, homens insolentes, B"   A#,3" que os saqueavam, e os superavam em fora. B"  A#9@" Saindo de l, Naustoo, semelhante aos deuses, os levou B"<   A# " [para Esquria, B"@ A#8?" onde se estabeleceram, longe dos homens que buscam seu B"  A# " [sustento. B"  A#9@" Em volta da cidade lanou uma muralha, construiu casas, B"  A#29" erigiu templos aos deuses, e repartiu as terras. B"  A#7>" Mas eis que ele, vencido pelo destino, caminha para o B" ` A# " [Hades. B"  A#/6" Governava ento Alcnoo, homem de pensamentos B"`  A# " [divinos. B" h A#8?" A casa dele se dirigiu Atena, a deusa de olhos garos, B"  A#18" preocupada com o regresso do magnnimo Ulisses. B"  A#4;" Dirige-se para o tlamo finamente lavrado, no qual B"<  A# " [repousava B"  A#8?" a donzela de estatura e beleza semelhante das deusas B"< <  A# " [imortais, B"  A#)0" Nauscaa, a filha do magnnimo Alcnoo. B"  A#:A" Perto dela, duas aias, possuidoras da beleza das Graas, B"    A#8?" guardavam dos dois lados o limiar; fechadas estavam as B"  A# " [portas polidas. B"d A#$+" Tal uma brisa, acercou-se do leito,B"  A#3:" colocou-se sobre a cabea e dirigiu-lhe a palavra,B"  A#8?" tomando a aparncia da jovem filha de Dimas, navegante B"  A# " [ilustre. B" h A#6=" a qual era da mesma idade, e por quem Nauscaa tinha B" ` A# " [grande estima. B"@ A#9@" Tomando o seu aspecto, disse-lhe Atena de olhos garos: B" `   A#9@" Nauscaa, como pde a tua me criar-te to desleixada? B"  A#18" Tens para a sem cuidados a tua roupa lustrosa. B"  A#29" Est prximo o teu casamento. Deves ento vestir B"  A#9@" belos trajes e proporcion-los queles que forem no teu B"   A# " [cortejo. B" h A#29" A boa fama de tudo isto corre j entre os homens,B"  A#)0" e regozijam-se o pai e a me venervel. B"   A#.5" Vamos l ento lavar ao despontar da aurora! B"<  A#3:" Serei tua companheira, para andares mais depressa,B"  A#9@" pois pouco j o tempo que te resta para seres virgem. B"  A#4;" Solicitam-te j os melhores entre todos os Feaces. B" < A#!(" E desses tambm tua linhagem. B"  h A#9@" Vamos, antes do romper de alva, incita o teu pai ilustreB"   A#+2" a mandar-te aparelhar o carro e as mulas, B"   A#5<" para te levarem cintos, peplos e vestes brilhantes. B"<  A#)0" E mesmo para ti, ser muito mais bonito B"   A#:A" ir assim do que a p: os tanques ficam longe da cidade! B"`   D A# " (VI, 1-40) B"  A# " B" A# " B" A# " O Olimpo B" D A# " B" A# " B" A#6=" Depois que assim falou, partiu Atena de olhos garos B"<  A#;B" para o Olimpo, onde se diz que fica dos deuses a eterna e B"  H A# " [segura B"  A#29" manso: no a abalam os ventos, nem a humedece a B"<  A# " [chuva; B"  A#18" no se acerca dela a neve, mas um cu brilhante B"  A#8?" se abre sem nuvens. Uma luz alvinitente se derrama por B"  A# " [cima. B" A#8?" A se deleitam todo o tempo os deuses bem-aventurados. B"  A#6=" Para l se retirou Atena, depois de falar donzela. B"  A# " (VI, 41-47) B"  A# " B" A# " B" A#&" Ocupaes dos reis dos Feaces B" A# " B" A# " B" A#3:" Logo surgiu a Aurora do trono magnfico, que veio B"  A# " [acordar B" D A#7>" Nauscaa, a dos peplos formosos. Admirada com o sonho B" `  A# " [que tivera, B" A#07" atravessa o palcio, para ir cont-lo aos seus B"  A# " [progenitores, B" A#8?" ao pai querido e me. Encontrou-os a ambos dentro de B"<  l A# " [casa B" A#-4" -a me sentada junto ao lar, com suas aias, B"  A#9@" a fiar a l cor da prpura marinha; ao pai, encontrou-o B"  A#<C" quando ia a sair a porta, juntamente com os nclitos reis, B"   A#9@" a caminho do conselho, ao qual o convocavam os ilustres B"  A# " [Feaces. B" D A# " (VI, 48-55) B"  A# " B" A# " B" A#")" Nauscaa pede um carro a seu pai B"  A# " B" A# " B" A#.5" Parando junto dele, dirigiu-se ao pai amado: B"  A#9@" Pap querido, e se tu me mandasses aparelhar um carro, B"  A#.5" alto e de belas rodas, para eu levar a roupa B" d A#-4" ao rio, para lavar? Est para a tudo sujo. B"  A#18" E a ti tambm no te agrada, quando vais para o B"  A# " [conselho, B"  A#3:" com os primeiros do reino, seno roupa imaculada. B" < A#&-" Cinco filhos te nasceram no palcio, B"  D A#.5" dois j casados, e trs jovens florescentes. B"<  A#'." Esses querem sempre ter roupa lavada, B"   A#9@" para levarem para a dana. Tudo isso est a meu cargo. B"  A#6=" Assim falou. Pejava-se de aludir s npcias juvenis, B"  A#8?" diante do pai querido. Este percebeu tudo e respondeu: B"  A#:A" No te recuso as mulas, filha, nem nenhuma outra coisa. B"` `  A#-4" Vai. Os servos vo j aparelhar-te um carro B"  A#07" alto e de belas rodas, bem equipado por cima. B"  A# " (VI, 56-70)B"  A# " B" A# " B" A#$" Preparativos para a partida B" A# " B" A# " B" A#5<" Depois de assim falar, chamou os escravos, que logo B"  A# " [obedeceram.B"  A#8?" Prepararam c fora um carro de mulas, com belas rodas, B"  A#29" trouxeram os animais e atrelaram-nos ao veculo. B"  A#:A" A donzela trouxe dos seus aposentos as vestes brilhantes B"    A#(/" e colocou-as em cima do carro lavrado. B"  D A#-4" A me ps-lhe numa cesta a comida aprazvel B" d A#.5" e variada, manjares e vinho deitado num odre B" d A#5<" de pele de cabra. J a donzela subira para o carro, B"  A#6=" e ela ainda lhe entregou num lcito de ouro o hmido B" ` A# " [azeite,B"  A#9@" para com ele se ungir, bem como as mulheres, suas aias. B"  A#4;" Nauscaa pegou no chicote e nas rdeas brilhantes, B" < A#:A" e deu uma chicotada, para fazer andar as mulas. Ouviu-se B"   D A# " [um tropel B"  A#7>" e l seguiram sem detena, levando-a, roupa e a ela B"  A#3:" -mas no s, que a acompanhavam tambm suas aias. B" `  A# " (VI, 71-84)B"  A# " B" A# " B" A# " beira-rio B"  A# " B" A# " B" A#,3" Quando chegaram corrente lmpida do rio, B" @ A#9@" l estavam os tanques cheios, com a bela gua a jorros, B"  A#29" para lavar a roupa, por mais suja que ela fosse. B"  A#*1" Desatrelaram ento as mulas do seu carro B"  A#.5" e levaram-nas ao longo do torvelinho do rio, B"  A#7>" para pastarem a grama doce como mel. As mulheres, por B"  A# " [suas mos, B"  A#8?" tiraram as vestes do carro, atiram-nas gua sombria, B"  A#6=" batem-nas sobre os buracos com presteza e compita. B"  A#07" Assim que elas lavaram e limparam todo o sujo, B"`  A#29" estenderam a roupa ao longo da praia, onde o mar B"  A#29" vinha a mide terra firme molhar os seixinhos. B"  A#,3" Banharam-se e com leo se ungiram. Depois, B" d A#-4" comeram a merenda junto das margens do rio, B" @ A#/6" deixando a roupa a secar ao sol que brilhava. B"  A#4;" Assim que a donzela e as aias fruram da refeio, B"  A#4;" retiraram os seus vus, puseram-se a jogar bola. B"<  A#/6" Comandava a melodia Nauscaa de alvos braos. B" d A#18" Tal como rtemis lanadora do dardo desce pelas B"  A# " [montanhas, B"  A#(/" pelo extenso Taigeto ou pelo Erimanto, B"  h A#/6" encantada com os javalis e as coras velozes, B" @ A#07" e com ela brincam as ninfas campestres, filhas B"  A#4;" de Zeus detentor da gide, para deleite de Latona, B" ` A#7>" mas, acima de todas, a deusa ergue a cabea e o rosto,B"  A#07" fcil de reconhecer, entre tanta formosura ... B"  A#7>" -Assim se distinguia entre as aias a virgem indmita. B" ` A# " (VI, 85-109) B" A# " B" A# " B" A# " B" A#" O despertar de UlissesB" A# " B" A# " B" A#/6" Mas quando chegou a hora de voltar para casa, B"  A#6=" depois de atrelar as mulas e dobrar as lindas roupas,B" ` A#-4" outra coisa resolveu Atena de olhos garos, B"  A#29" para Ulisses despertar e ver a donzela graciosa, B"  A#.5" que o guiaria cidade dos vares da Fecia. B"  A#-4" Logo a princesa atirou a bola para uma aia, B"  A#3:" a aia no a apanhou, e caiu na corrente profunda. B"  A#4;" Soltaram um grande grito. Acorda o divino Ulisses, B"  A#.5" senta-se e hesita no seu corao e esprito: B"`  A#07" Coitado de mim, a que paragens dos mortais eu B" ` A# " [abordei? B" h A#18" Sero eles insolentes, selvagens e sem justia, B"  A#:A" ou sero hospitaleiros e de esprito temente aos deuses? B"  A#07" Como chegam at mim vozes frescas de donzelas, B"  A#18" de ninfas, que habitam das montanhas as alturas B"  A#4;" ou as nascentes dos rios, e os prados verdejantes? B" < A#4;" Ou estarei eu j perto dos homens dotados de fala? B" ` A#*1" Vou investigar e saber do que se trata. B"   A#7>" Depois de assim falar, saiu do mato o divino Ulisses, B"  A#07" e com a mo robusta cortou na espessa floresta B" d A#6=" um ramo com folhagem, para encobrir a sua virilidade.B"  A#7>" Avana, tal o leo das montanhas, fiado na sua fora, B" <  A#18" que caminha, fustigado pela chuva e pelo vento. B"  A#4;" Lampejam-lhe os olhos, ao perseguir bois e ovelhas B"  A#'." ou coras selvagens: o ventre o impeleB"   A#29" at a atacar carneiros e entrar em casa cerrada. B"` ` A#.5" -Assim Ulisses intenta juntar-se s donzelas B"  A#<C" de belas tranas, apesar de estar nu. A necessidade urgia. B" <  A#29" Mostrou-se-lhes todo sujo e maltratado pelo mar. B"  A#6=" Atemorizadas, fugiram cada uma para seu lado, at s B"  A# " [margens B" D A#5<" altaneiras. Sozinha ficou a filha de Alcnoo. Atena B" ` A# " [insuflara coragem B" A#7>" no seu esprito, e extirpara o medo dos seus membros. B"  A#/6" Ficou parada em frente dele. Hesitou Ulisses, B" d A#5<" se havia de abraar os joelhos da donzela graciosa, B"  A#7>" ou se de longe implor-la com palavras doces como mel,B" ` A#;B" que lhe ensinasse o caminho da cidade e desse que vestir. B"  A#.5" Com estes pensamentos, pareceu-lhe ser melhorB"  A#29" implor-la de longe com palavras doces como mel, B"<  A#;B" no fosse a donzela irar-se, se lhe abraasse os joelhos. B"  A# " (VI, 110-147)B" A# " B" A# " B" A# " B" A# " B" A# " B" A# " Ulisses e Nauscaa B" A# " B" A# " B" A#5<" E logo proferiu estas palavras, doces e cativantes: B"  A#29" Eu te suplico, princesa: s deusa ou s mortal? B"  A#8?" Se tu fores alguma deusa, das que habitam o vasto cu, B"  A#/6" a rtemis te comparo, filha do grande Zeus, B" @ A#%," pelo aspecto, a estatura e a forma! B"  A#4;" Se acaso s mortal, das que habitam sobre a terra, B" < A#4;" felizes mil vezes so teu pai e tua me venervel, B"  A#;B" felizes mil vezes os teus irmos! Por tua causa o corao B" <   A#")" se lhes inunda sempre de jbilo, B"`   A#3:" quando vem entrar na dana este formoso rebento. B"  A#7>" Mas feliz, mais que todos, em seu corao, aquele que B" ` A# " [vencer os demais B" A#6=" pela riqueza de seus dons, e te levar para sua casa! B" ` A#)0" Jamais pus os olhos num mortal como tu, B"< @ A#3:" fosse ele homem ou mulher! A tua vista infunde-me B"  A# " [venerao. B"  A#8?" Conheci outrora em Delos, junto do altar de Apolo, uma B"  A# " [beleza assim: B" A#07" um rebento de palmeira que se erguia nos ares. B" d A#4;" Pois tambm j l estive. Seguiam-me muitos homens B"  A#29" pelo caminho, que havia de ser a minha perdio. B"  A#29" Assim como alegrei o meu corao ao contempl-lo B"` ` A#8?" por longo tempo, pois nunca lenho to formoso sara do B"  A# " [solo, B" A#9@" assim eu te admiro, mulher, e me deslumbro; mas forte B"  A# " [o meu temor B" A#6=" de tocar nos teus joelhos. Grande a aflio que me B"  A# " [invade! B" D A#6=" S ontem escapei do mar cor de vinho, passados vinte B"  A# " [dias.B" A#6=" Tal foi o tempo que as ondas e procelas violentas me B" ` A# " [arrastaram B"  A#8?" para longe da ilha de Oggia. E agora uma divindade me B"  A# " [atirou para aqui B" A#5<" para eu sofrer mais alguma desgraa. Pois no creio B"  A#7>" que ela cesse. E quantas ainda me destinam os deuses! B"`  A#7>" Amerceia-te de mim, princesa! Depois de muito sofrer, B" ` A#29" a ti vim primeiro! No conheo nenhum dos outros B"  A# " [homens, B" D A#%," que habitam este pas e esta terra. B"  A#7>" Ensina-me onde a cidade, d-me uns farrapos para eu B"  A# " [vestir, B" D A#<C" se tens por a o pano com que se fez a trouxa, ao vir para B"  A# " [aqui. B" A#8?" Que os deuses te concedam quanto o teu corao deseja, B"  A#+2" um marido e um lar, e uma bela concrdia! B" @ A#'." No h nada melhor nem mais excelente B"  h A#)0" do que haver um lar onde marido e mulherB"`  A#7>" tm os mesmos pensamentos! o desgosto dos inimigos, B"  A#5<" a felicidade dos amigos, e deles mais que ningum. B"  A#5<" Por sua vez, replicou-lhe Nauscaa de alvos braos: B"  A#5<" Estrangeiro, tu que no pareces mau nem insensato, B"`  A#;B" bem sabes que Zeus Olmpico reparte a felicidade entre os B"  A# " [homens B"  A#/6" bons e maus, dando a cada um o que lhe apraz. B" d A#4;" A ti deu-te essa desgraa: fora que a suportes. B" ` A#6=" E agora que chegaste nossa cidade e nossa terra, B" ` A#3:" no carecers de roupa nem de mais coisa nenhuma, B"  A#7>" que deve dar-se ao pobre suplicante que nos encontra. B"`  A#6=" Eu te indicarei a cidade, e te direi o nome do povo; B"  A#5<" So os Feaces que possuem esta cidade e esta terra. B"  A#&-" Eu sou a filha do magnnimo A1cnoo, B"  D A#/6" que detm o poder e a fora entre os Feaces. B"  A#18" Dito isto, deu ordens s aias de belas tranas: B"  A#8?" Parem, raparigas! Para onde ides, s porque vistes um B"  A# " [homem?B" A#+2" Supondes que ser um dos nossos inimigos? B"` d A#(/" No h, nem haver mortal to temeroso B"  D A#)0" que consiga aportar terra dos Feaces, B"   A#3:" para lhes trazer a runa! Prezam-nos os imortais! B" ` A#29" Vivemos muito longe, no mar varrido pelas ondas, B"  A#07" a tal distncia que nenhum dos mortais convive B"  A# " [connosco. B"  A#7>" O homem que aqui est um infeliz que andou errante, B"  A# " [no mar, B" D A#6=" de que agora devemos cuidar, pois so todos mandados B" ` A# " [por Zeus, B"  A#/6" hspedes ou mendigos. A ddiva pequena, mas B"<  A# " [estimada. B"  A#29" Vamos, raparigas! Dai de comer e de beber a este B"` ` A# " [estrangeiro, B" A#4;" e banhai-o no rio, onde mais abrigado do vento. B"  A#3:" Assim falou. As aias detiveram-se. Umas s outras B"  A#6=" se exortaram e instalaram Ulisses ao abrigo do vento,B"  A#/6" conforme mandara Nauscaa, filha do magnnimo B"  A# " [Alcnoo. B" h A#4;" Perto dele pousaram um manto e uma tnica, para se B"  A# " [vestir, B" D A#07" e deram-lhe o lquido leo num lcito de ouro. B"  A#5<" Levaram-no para o banho nas guas correntes do rio. B" ` A#,3" Ento disse para as aias o divino Ulisses: B" @ A#*1" Raparigas, fiquem bem longe! Eu sozinho B"   A#5<" lavarei a salsugem dos meus ombros e me ungirei com B" ` A# " [leo. B" A#5<" H muito que o meu corpo no sabe o que ungir-se! B" < A#3:" Diante de vs no quero banhar-me. Tenho vergonha B"<  A#5<" de ficar nu, diante de raparigas de belas tranas. B"  A#;B" Assim disse. Elas retiraram-se, e foram contar donzela, B"d    A#;B" O divino Ulisses lavou com gua do rio a salsugem do mar, B"   A#3:" que se lhe agarrara ao dorso e aos ombros largos, B"  A#.5" limpou a cabea da espuma do plago estril. B" @ A#3:" Depois de se banhar todo e de se ungir com o leo,B"  A#29" enfiou as vestes que lhe dera a virgem indmita. B"  A#-4" Ento Ateneia, filha de Zeus, f-lo parecer B"  A#3:" mais alto e mais forte e fez pender da sua fronte B"  A#3:" cabelos encaracolados, como as flores do jacinto. B"  A#18" Como um homem habilidoso, ensinado por Hefestos B"  A#$+" e Palas Atena com toda a sua arte, B"  A#/6" deita o ouro na prata e faz uma obra formosa, B"  A#5<" assim ela lhe derramou a beleza pela cabea e pelos B"`  A# " [ombros. B" D A#;B" Voltou ento, para se sentar distncia, na orla do mar; B"  A#07" resplandecia de beleza e de encanto. A donzela B"  A# " [contemplava-o. B"@ A#,3" E ento disse s aias de tranas formosas: B"`  A#;B" Escutai, aias de alvos braos, o que eu quero dizer-vos: B"<    A#8?" No contra a vontande unnime dos deuses, habitantes B"<    A# " [do Olimpo, B"  A#07" que este homem veio ter com os divinos Feaces. B"  A#.5" H bem pouco ainda que parecia um miservel. B"  A#7>" Agora assemelha-se aos deuses, senhores do vasto cu. B"   A#07" Quem dera que a um homem assim eu chamasse meu B"`  A# " [esposo, B" D A#07" se ele habitasse aqui, e lhe aprouvesse ficar! B"  A#:A" Dem de comer e de beber a este estrangeiro, raparigas! B"  A#-4" Assim falou. Elas escutaram-na, obedientes, B"d  A#.5" e pousaram junto de Ulisses comida e bebida. B" d A#8?" Ento o divino Ulisses que muito sofrera comeu e bebeu B"  A#6=" com avidez. H muito que estava privado de alimento. B"`  A#3:" Mas Nauscaa de alvos braos teve outro desgnio. B"  A#.5" Dobrou-se a roupa, colocou-se no belo carro, B"  A#9@" atrelaram-se as mulas de cascos fortes, e subiu l para B"`   A# " [cima. B" A#=D" Incitou ento Ulisses, dirigindo-se-lhe com estas palavras: B"   h A#5<" Levanta-te agora, estrangeiro, para ires cidade, B" `   A#9@" a fim de eu te conduzir ao palcio do meu valoroso pai. B"  A#6=" A te prometo que vers os mais valentes de todos os B"  A# " [Feaces. B" D A#07" Mas faz como eu te digo. No pareces insensato!B"  A#:A" Enquanto passarmos pelos campos e pelos stios lavrados, B"`   h A#'." seguirs com presteza as minhas aias, B"`  A#4;" atrs do carro de mulas. E eu mostro-te o caminho. B"  A#7>" Quando chegarmos cidade, cercada de altas muralhas, B"  A#*1" h, de cada um dos lados, um belo porto, B"   A#.5" com uma entrada estreita: os navios recurvos B" @ A#5<" esto em seco, ao longo do caminho; cada um tem seu B"  A# " [abrigo. B" D A#;B" A a praa pblica em volta do belo templo de Posidon, B"  A#*1" feita com pedras arrancadas da pedreira, B"  A#"" [meio-enterradas no solo. B" A#4;" A tambm se preparam os aprestos das negras naus, B"`  A#29" amarras e cordagens, e tratam de polir os remos. B"  A#6=" Os Feaces no se importam com arcos nem com aljavas, B" < A#/6" mas com mastros e remos e com navios seguros, B" @ A#-4" com que percorrem, felizes, o mar cinzento. B"  A#;B" Ora eu tenho de evitar os seus ditos cruis, no v algumB"   A#8?" ficar para trs a murmurar -e muitos so os insolentes B"  A# " [neste povo B" A#5<" e ento algum malicioso, que nos encontrasse, diria B" < A# " [assim: B"  A#29" - Quem ser aquele estranho alto e formoso, que B"  A# " [acompanha B"  A#3:" Nauscaa? Onde que ela o achou? Ser seu futuro B" < A# " [esposo? B" D A#$+" Ou trar ela algum nufrago, vindo B"  A#07" de terras longnquas -pois aqui perto no mora B"  A# " [ningum? B" h A#18" Ou tanto pediu a um deus, que ele desceu do cu B"  A#$+" para aqui e ser dele para sempre? B"   A#3:" Melhor ser, se encontrou noutro lugar um marido, B" ` A#6=" em suas andanas, j que despreza os Feaces do pas, B"`  A#07" que a solicitam. E esses so muitos e nobres! B"  A#.5" -Assim diro. E eu cobrir-me-ia de vergonha. B"  A#.5" Eu mesma censuraria outra que assim fizesse: B"  A#+2" contra as ordens do pai e da me querida, B"  A#9@" correr atrs dos homens, antes de celebrar o casamento. B"`    A#7>" Estrangeiro, tu compreendes as minhas palavras. Assim B"  A#:A" obters mais depressa de meu pai uma escolta que te leve B"  A# " [a casa. B" D A#29" Encontraremos um bosque esplendoroso de choupos, B"<  A# " [junto do caminho. B" A#3:" o bosque de Atena. A corre uma fonte. Em volta B"  A#" [estende-se um prado. B" A#9@" A tem o meu pai um recanto cheio de vinha florescente. B"  A#/6" Fica distncia da cidade de se ouvir a voz. B" @ A#5<" Senta-te a, e aguarda o tempo de ns atravessarmos B"`  A#+2" a cidade e chegarmos morada de meu pai. B"   A#3:" Quando tiveres calculado que chegmos ao palcio, B"  A#*1" ento vai cidade dos Feaces e pergunta B"   A#.5" pelos paos de meu pai, o magnnimo Alcnoo. B"  A#07" fcil dar com eles, ainda que fosse teu guia B"  A#18" uma criana pequena, pois no h entre os FeacesB"  A#5<" moradia construda como o palcio do heri Alcnoo. B"  A#18" Assim que estiveres oculto no ptio do palcio, B"  A#6=" atravessa depressa o mgaron, para encontrares minha B" < A# " [me. B" A#07" Estar sentada lareira, claridade do lume, B"  A#7>" fiando em sua roca cor de prpura marinha - maravilha B"  A#9@" de se ver - encostada a uma coluna. As servas sentam-se B"  A# " [atrs. B"  A#;B" A fica tambm o trono de meu pai, voltado para o claro. B"  A#8?" A sentado que ele bebe o seu vinho, como se fora um B"  A# " [imortal.B" D A#,3" Passa adiante dele, e lana os teus braos B"  A#29" aos joelhos de minha me, se queres ver o dia do B"  A# " [regresso, B"  A#4;" regozijando-te em breve, ainda que sejas de longe. B"`  A#'." [Se ela te quiser bem em seu corao, B"  D A#,3" podes esperar que voltas a ver teus amigos B" @ A#:A" e tornars bem construda casa, e terra ancestral.) B"  A#*1" Depois de assim falar, fustigou as mulas B"  A#18" com o luzidio chicote. E elas deixaram depressa B"  A#:A" a corrente do rio. Umas vezes a correr, outras estugando B"  A# " [o passo, B" h A#29" Nauscaa conduzia bem, para que pudessem segui-laB"  A#;B" as aias e Ulisses, que iam a p; e reduzia as chicotadas. B"  A# " (VI, 148-320) B" A#  " B"$ A# " B" A# " B" A##" Ulisses no bosque de Atena B" A# " B" A# " B" A#29" O sol se ps, quando chegaram ao glorioso bosque B"  A# " [sagrado B" D A#*1" de Atena. A se sentou o divino Ulisses. B"` @ A#29" Ento dirigiu esta prece filha do grande Zeus: B"  A#8?" Atende-me, filha de Zeus detentor da gide, Atritona! B"  A#8?" Escuta-me agora ao menos, j que antes no me ouviste, B"  A#8?" quando eu naufraguei, perseguido pelo nclito deus que B"   A# " [abala a terra.B" A#6=" Concede-me que os Feaces sejam amigos e compassivos!B"`  A#-4" Tal foi a sua prece, e ouviu-o Palas Atena, B"  A#07" mas sem se lhe mostrar; pois que receava ainda B"  A#.5" o irmo de seu pai, violentamente enfurecido B"  A#6=" com o divino Ulisses, at que ele chegasse ptria. B" < A# " (VI, 321-331) B" A# " B"