HOJE HÁ CONQUILHAS AMANHÃ NÃO SABEMOS
HOJE HÁ CONQUILHAS AMANHÃ NÃO SABEMOS
BANDA DO CASACO


Título: Hoje Há Conquilhas Amanhã Não Sabemos
Artista: Banda do Casaco
Publicação: 2006 (edição original: 1977)
Edição: Companhia Nacional de Música





HOJE HÁ CONQUILHAS AMANHÃ NÃO SABEMOS
 1. ACALANTO
     
(letra: António Pinho; música: Nuno Rodrigues)
 2. DESPIQUE
     
(letra: António Pinho sobre texto tradicional; música: Nuno Rodrigues)
 3. PAÍS: PORTUGAL
     
(letra: António Pinho; música: Nuno Rodrigues)
 4. ALVORADA: TIO LÉRIAS!
     
(música: Nuno Rodrigues sobre motivo tradicional)
 5. GERINGONÇA
     (letra: António Pinho; música: Nuno Rodrigues sobre motivo popular)
 6. DEZ-ONZE-DOZE
     
(letra: António Pinho sobre texto tradicional; música: Nuno Rodrigues sobre motivo
      tradicional)  
[excerto de 30 segs.]
 7. ONT'À NOITE
     
(letra: tradicional adaptada por António Pinho; música: Nuno Rodrigues sobre motivo
      tradicional)
 8. ÁGUA DE ROSAS
     
(música: Nuno Rodrigues)

A Companhia Nacional de Música apresenta pela primeira vez em CD um dos mais aclamados discos da música portuguesa. “Hoje Há Conquilhas Amanhã Não Sabemos” é o terceiro álbum da Banda do Casaco, datado de 1977.

Ancorando parte do seu repertório no cancioneiro tradicional, a Banda do Casaco concretiza aqui um dos seus maiores trabalhos de reinvenção deste riquíssimo legado. Com efeito, a subversão dos cânones daquilo que geralmente conhecemos como canção tradicional adquire contornos surrealistas em canções como “Geringonça” ou “Despique”. Noutras, como no magnífico “País: Portugal”, oferecem-se retratos musicais e textuais de um Portugal e de uma Capital – “cabeçorra gigantesca e mal pensante que nasce entre as pernas do Tejo” – que perduram mergulhados nos seus fantasmas colectivos e teimam em não se libertar das bocas libertinas, em que comodamente se instalaram.

Os ambientes musicais aqui construídos colocam a Banda do Casaco ao nível do melhor folk rock que se fazia a nível mundial na altura – basta lembrar que os ingleses Steeleye Span acabavam de lançar “Storm Force 10” e os Jethro Tull viam editado “Songs From the Wood” enquanto que os bretões Malicorne lançavam o seu quarto álbum, homónimo, e Alan Stivell publicava “Before Landing”.

Pioneira em diversos aspectos (nenhum grupo português até então e muito poucos até hoje lograram publicar sete discos de originais durante uma carreira discográfica de dez anos), a Banda do Casaco soube reinventar-se a cada disco, nunca defraudando o seu público (se é que alguma vez houve público em Portugal para eles) e navegando a jusante de todas as intervenções musicais mais directas, porque, sempre sem planear, tudo sempre fez em tempo real no tempo irreal deste país Portugal.


© Instituto Camões, 2006