As duas guerras mundiais (1914-18 e 1939-45), a instauração da ditadura em Portugal em 1926, os grandes avanços científicos e técnicos, a conjugação de novos meios e dimensões na arte (impressionismo, cubismo, surrealismo, abstraccionismo) enquadraram o surgimento do modernismo em Portugal.
“Por inícios da guerra 1914-18 reuniu-se a conjunção de um movimento estético pós-simbolista em Lisboa.”
Às “personalidades do grupo atribuíram-se publicamente sinais de degenerescência, mas hoje é fácil reconhecer que eles produzem, em conjunto, a maior renovação poética portuguesa deste século. Particularidades de formação e temperamento relacionáveis com uma maior instabilidade social, e com influências cosmopolitas mais ou menos directas, haviam-nos alheado tanto dos republicanos jacobinos como de um tradicionalismo mais ou menos novi-romântico”.
“Neste grupo, e afins, cujos orgãos principais foram Orpheu, Eh real!, Centauro, Exílio, Portugal Futurista, Contemporânea, Athena, Revista Portuguesa e Sudoeste, nada há de definidamente programático: com a reverência iconoclástica, que utiliza todas as formas possíveis de publicidade, mesmo as mais cabotinas, alternam apenas certas formas de sebastianismo delirante, o gosto das ciências ocultas, da metapsíquica, da astrologia e uma religiosidade heterodoxa e esotérica.  Em vez do escândalo político à Gomes Leal, é o escândalo dos costumes e do senso comum que traz a notoriedade”.