O primeiro grupo modernista constitui “um reflexo lisboeta localizado de certas tendências estéticas internacionais, sobretudo parisienses, embora apresentem aspectos de originalidade bem reconhecível relativamente aos seus correspondentes europeus. Esses inovadores pouco afectam por então o conjunto da literatura portuguesa, em que predominam ainda por 1925 as sobrevivências românticas do sentimentalismo amoroso e do historicismo, retocadas pelo gosto decadente ou pelo saudosismo, pelas preocupações da prosa rica à Camilo ou Fialho, ou pela academização do estilo queirosiano. Aquilino, Raul Brandão, certa derivante regionalista do naturalismo e o pitoresco das viagens e do exótico constituíam as manifestações então mais largamente apreciadas. E, assim, como acontecera frequentemente desde o século XVI, um grupo de jovens intelectuais a sair da universidade é que vai ser o veículo de consagração do modernismo”.
“A revista coimbrã presença é o centro desse grupo. Dando, por um lado, a mão aos modernistas de 1915-25, que ajudou a impor, e, por outro lado, aproximando-se através de sucessivas gradações e polémicas internas do neo-realismo, que se lhe oporia em dada fase posterior, a presença corresponde  a um certo ambiente de apoliticismo forçado, depois do colapso da primeira República em 1926, e por isso os presencistas aspiram em geral a uma literatura e uma arte desvinculadas, senão mesmo alheadas, de qualquer posição de carácter político ou religioso”.
Certos presencistas “descobrem um filão de literatura viva que até então passara despercebido aos nossos autores: a “imaginação psicológica”, a confissão ou “transposição” imaginativa da consciência introspectiva”.
“Em relação às tendências precedentes, os escritores de presença consideram-se como prospectores de certa riqueza humana entre nós literariamente ignorada: os valores da sinceridade vinda da região mais profunda, inocente e virgem , do acto gratuito germinado no inconsciente, da recriação individual do mundo, da personalidade original”.