Ao investigar a possibilidade de ser um documento do século XIII, interessei-me particularmente pelo reinado de D. Afonso III, que iniciou a sua regência em 1245 e terminou, quando faleceu, em 1279. Este monarca ficou na história por ter sido um bom administrador e ter conquistado as terras algarvias, no sul de Portugal, aos mouros. Era um rei interessado pela cultura e acolheu, na sua corte, trovadores que compunham e cantavam cantigas de amigo, de amor e de escárnio e maldizer (as cantigas trovadorescas estão representadas, por exemplo, nos Cancioneiros da Vaticana e da Biblioteca Nacional). Foi com este rei que se estabeleceu definitivamente o gótico na escrita. Fiquei desconfiado! Lembrei-me que uma das palavras decifradas tinha sido «Índia». O documento não podia ser do século XIII, pois os nossos monarcas estavam preocupados em consolidar as fronteiras do território português e em repovoar as terras. Será no final do século XIII, com D. Dinis (filho de D. Afonso III) que, por iniciativa dos mercadores, se cria uma «bolsa» que permitia a liberdade de tráfego entre Portugal e Inglaterra. Fui investigar... |
||