Localização das Amostras - Gravações do Grupo de Variação do Centro de Linguística da Universidade de Lisboa  -  Registos Sonoros


Dialectos portugueses insulares: madeirenses

Porto da Cruz  1

Até me lembra uma vez – que a gente tinha uma fazenda lá em cima, lá longe… E o meu pai mandou a gente – eu e a minha irmã, uma irmã mais moça do que eu, mas eu era pequena – e fomos lá tratar das vacas, das bezerrinhas.

Ficava as vacas aqui em baixo, e lá as duas bezerras que a gente levava para lá. Chegamos aqui abaixo e eu disse assim ao pai: "Se o pai visse, hoje apanhámos comida tão boa! E ficou, foi um instante!" E o pai disse: "Que comida foi? Foi lá em cima? (…) Era rama de folhado?" A gente não sabia o que era a rama de folhado, que não sei...

Folhado, era para ir lá acima ao… Não sei onde era que eles iam. E então e deitámos essa comida e o pai teve que ir (…) imediatamente para lá. Se elas comessem, ficavam cambadas. Era vinhático! Uma coisa… Acho que era vinhático! E lá foi meu pai atrás tirar essa comida e apanhar comida às bezerras, que a gente não sabia o que era folhado e deitámos aquilo. Mas não fez mal porque elas não comeram, porque foi logo para debaixo.

 

© Instituto Camões, 2002