Neste estudo foram analisados os problemas de poluição de águas subterrâneas dos aquíferos costeiros, considerando-se a
poluição antropogénica e a poluição por intrusão salina.
No primeiro caso, e segundo Santos et al. (1991), as regiões onde é mais provável a ocorrência de problemas de poluição
antropogénica dos aquíferos situam-se no litoral Centro e Norte, onde existe elevada concentração urbano-industrial, e
ainda na região do Algarve.
Na região hidrográfica do Norte destacam-se os seguintes problemas de poluição antropogénica:
- concelho de Barcelos: 11,5 % das amostras de água colhidas entre 1987 e 1990 foram consideradas impróprias do ponto
de vista químico, o que se deve, essencialmente, aos teores de nitratos presentes nessas águas; tendo em conta o carácter
químico e bacteriológico das águas analisadas neste concelho, 71,2 % são impróprias e apenas 28,8 % são potáveis (INSA-Porto, 1992; Heitor, 1993).
- concelho de Esposende: mais de 85 % das amostras de água colhidas entre 1987 e 1990 apresenta uma concentração de
cloretos superior ao VMR [valor máximo recomendado]; 26,7 % tem uma concentração de nitratos superior ao VMR e em 7,6 % dos casos é excedido o VMA [valor máximo admissível];
82,4 % das águas são consideradas impróprias do ponto de vista bacteriológico devido à ocorrência de coliformes (Heitor, 1992, 1993).
Considerando o carácter químico e bacteriológico das águas analisadas (131 amostras), a percentagem de águas consideradas
impróprias neste concelho é de 83,2 % (Heitor, 1992, 1993).
- distrito do Porto: os valores de nitratos e nitritos determinados entre 1980 e 1986 nos concelhos costeiros deste
distrito, permitiram concluir que já existia uma percentagem significativa de águas com teores superiores aos respectivos VMAs
embora exista uma tendência para a diminuição desses teores no caso dos nitritos (Alpendurada et al., 1990).
Na região hidrográfica do Centro, além de ocorrer contaminação das águas devido a fontes pontuais de poluição (indústrias
e descargas de águas residuais domésticas), ocorre também poluição devido à utilização excessiva de pesticidas e fertilizantes,
à intrusão marinha e à dissolução de rochas evaporíticas (que confere teores elevados de sulfatos às águas), como acontece
por exemplo nas Caldas da Rainha (Lobo-Ferreira, 1990).
(http://www.dha.lnec.pt/nas/estudos/ihrh.html)
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