(...) foi publicada, a respeito do relatório da Comissão Científica Independente,
uma notícia intitulada "Cientistas trocam toneladas por quilos nas contas". Nesta notícia afirma-se que o
verdadeiro factor de emissão de dioxinas pela queima de lenha em lareiras é de 200 ng por tonelada,
e não por quilograma, de lenha queimada. De facto, este valor consta do documento dinamarquês que a notícia
refere, mas aplica-se exclusivamente à queima de madeira e outros resíduos biológicos como palha em
instalações industriais. Os fogões de sala (lareiras abertas) operam com condições de temperatura muito mais
baixas e sem controlo de oxigénio, pelo que produzem e emitem níveis mais elevados de dioxinas. As emissões
de dioxinas dependem das características e contaminação da madeira, existindo alguma variabilidade sobre os
valores médios de emissão. Na Europa queima-se nas lareiras madeira limpa e madeira contaminada; os nossos
cálculos tiveram em consideração ambos os tipos de madeira. A razoabilidade da nossa estimativa pode ser
confirmada por factores de emissão holandeses que variam entre 20 ng/kg e 500 ng/kg, dependendo do grau
de contaminação da madeira. Assim sendo, a notícia divulgada pelo Público não tem qualquer fundamento.
(http://paginas.fe.up.pt/~jotace/cci/publico.htm)
|