infauna, endofauna

Em 2001, decorreu, nos Estados Unidos, uma expedição integrada no programa Deep East e que pode servir como exemplo de um projecto científico para o estudo da ecologia marinha. Durante esta expedição, os cientistas recolheram informação de três localizações específicas da costa leste da América do Norte: (1) as comunidades de corais do mar profundo (epifauna) nos canhões submarinos de Georges Bank; (2) os processos do mar profundo e a infauna dos sedimentos do canhão submarino Hudson; (3) os hidratos de gás e as camadas de moluscos (epifauna) no Blake Ridge. (...)

Estes dados são importantes porque nós precisamos de estabelecer linhas de comparação para descrever uma comunidade que sirva de modelo standard para fazer comparações entre comunidades. Recolhendo o mesmo tipo de informação num período de meses ou anos, os cientistas determinam se houve mudanças no tamanho, classe, densidade e distribuição das populações. Só então poderemos saber se algo está a afectar o ecossistema. Por exemplo, se descobrirmos que existe uma maior quantidade de corais pequenos num mesmo local do que aqueles que foram registados anteriormente, isto pode indicar a existência de um tipo de distúrbio (por exemplo, equipamento de pesca ou descargas de lixo) nos pólipos maiores e mais velhos, substituindo corais mais velhos por mais novos (mais pequenos). Será que uma doença ou um novo predador está a afectar a camada de coral? E porquê? Os novos dados reunidos pelos cientistas que exploraram os desconhecidos corais do mar profundo no Georges Bank, a infauna dos sedimentos do canhão Hudson e as camadas de moluscos do Blake Ridge irão proporcionar muitas questões novas e, esperamos, também algumas respostas novas para questões antigas.

(http://www.cienciaviva.pt/projectos/semapp/ambi.pdf)

Em redor dos Ilhéus verifica-se a ocorrência de bolsas de areia relativamente extensas. Tais áreas são desprovidas de cobertura algal e ocupadas por uma comunidade onde a espécie mais conspícua é o peixe-lagarto Synodus saurus. O estudo da endofauna que habita estes sedimentos está ainda por fazer, mas espécies como o minúsculo bivalve Ervilia castanea, o ouriço Echinocardium cordatum ou o equiúro Ochetostoma azoricum (cuja presença é denunciada pelos típicos montículos de areia em forma de vulcão), entre espécies de anelídeos de menores dimensões, foram registadas na área.

Como foi referido acima, os fundos de areia em redor dos Ilhéus da Madalena constituem uma das poucas zonas dos Açores onde está registada a reprodução de peixe-porco Balistes carolinensis - uma espécie piscícola de interesse comercial que exibe cuidados parentais em relação às posturas, que deposita em ninhos construídos na areia.

(http://www.horta.uac.pt/projectos/macmar/life/novidades/pdfs/SIC/Canal/Comunidades1.pdf)