As auroras boreais são como grandes anúncios luminosos no espaço: com efeito a física é muito semelhante
nas duas situações. O Sol está permanentemente a enviar para o espaço partículas carregadas, principalmente
electrões, que constituem o (...) "vento solar". Alguns destes electrões aproximam-se da Terra e
interagem com o seu campo magnético, que podemos considerar semelhante ao de [um] íman colocado no centro
do planeta e ligeiramente inclinado em relação ao seu eixo de rotação. Se "visualizarmos" o campo
magnético da Terra através de "linhas de força" teremos um conjunto de linhas a dirigir-se para o pólo
norte magnético, e outro conjunto a dirigir-se para o polo sul magnético. Os electrões do vento solar
que se aproximam da Terra entrando na magnetosfera (região do espaço onde o campo magnético terrestre é forte)
são acelerados ao longo dessas linhas de força, descrevendo espirais em torno delas. Se o vento solar
for suficientemente forte, os electrões atingem a ionosfera, ou seja, a camada exterior da atmosfera
terrestre, e colidem com os átomos de gás que aí encontram. A energia que os átomos de gás recebem
nessas colisões excita os seus electrões (do gás atmosférico, não do vento solar), e essa energia
adicional é libertada na forma de fotões: a luminosidade que nós vemos numa aurora. O gás ionosférico
comporta-se portanto como o néon no interior de um tubo num anúncio luminoso, e o vento solar como a
corrente eléctrica que fazemos passar no tubo de néon.
(http://porthos.ist.utl.pt/ciberfisica/ciberfisica.php?ACT=6&ID=56&AREA=8&REF=)
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