1. O simples comportamento doméstico, utilizando produtos de limpeza que nos parecem tão eficientes como os detergentes
da loiça, das mãos, para o chão, desinfectantes sanitários, etc.., é um bom exemplo da nossa contribuição diária para a degradação
de muitos ecossistemas marinhos. Estes produtos são constituídos por compostos químicos tensioactivos de forte actividade aniónica
que emulsionam as gorduras, mas têm sérias repercussões em vários aspectos biológicos como a produção primária (transformação
química de matéria inorgânica em orgânica) e a capacidade reprodutora de diversas espécies. Existem vários detergentes
biodegradáveis, constituídos por tensioactivos não iónicos, ácidos graxos vegetais, óleos essenciais naturais, essentos de fenóis,
cresóis, benzenos e clorados que são alternativas aos produtos "tradicionais". Outra opção, são as "receitas da avozinha" que
funcionam grande parte das vezes, p.ex., sumo de limão ou vinagre diluído em água são bons desengordurantes, água quente com
bicarbonato de sódio é uma óptima solução na limpeza do forno, a utilização de naftalina pode ser substituída por saquinhos
com flores de lavanda, entre outras.
2. Os detergentes domésticos, como os de lavagem de roupa (ricos em fosfatos) e os fertilizantes químicos utilizados
na agricultura, enriquecidos em nitratos, fosfatos, sulfatos de potássio, amónio, magnésio e cálcio, provocam a degradação
das águas, pois enriquecem-nas excessivamente com nutrientes. Estes limitam a actividade biológica em locais de dimensões
reduzidas como lagos e lagoas. O fenómeno referido é denominado eutrofização e consiste na formação de uma camada espessa
de algas que impede a penetração de luz a maiores profundidades, conduzindo à respectiva desertificação. Em alguns casos, a
anoxia das águas provoca a morte de muitos peixes por falta de oxigénio e, na falta de macro-algas, muitas espécies herbívoras
deixam de ter alimento suficiente para a sua sobrevivência.
(http://www.horta.uac.pt/projectos/MSubmerso/old/200010/Poluicao.htm)
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