De facto, se analisarmos um bom manual de economia veremos que, após um bom número de capítulos sobre o mercado e quase igual número
sobre microeconomia, há um ou dois capítulos que resumem o que se pode afirmar sobre o mercado. Depois o livro não deixará de elogiar a utilidade
dos mercados e o quão eficientes podem ser. Já na segunda parte desse mesmo capítulo (ou talvez num capítulo separado), o livro salientará
que é evidente que essas vantagens de mercado só podem ser verdadeiras se tivermos condições de concorrência perfeita, de perfeito conhecimento,
ou seja, se tivermos essas e outras muitas condições que, naturalmente, não temos. Portanto, o livro continua, as nossas análises ensinam-nos o quanto,
de um ou outro modo, é importante a intervenção do Governo. Daí que a necessidade de intervenção governamental - sob a forma de leis anti-'trust',
controle de preços ou qualquer outra - seja atribuída à diferença entre as realidades do mundo em que vivemos e as suposições abstractas exigidas
para a validação dos principais modelos neoclássicos.
(http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/diarioeconomico/opinion/columnistas/pt/desarrollo/692334.html)
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