Estas circunstâncias e, no contexto da polémica decorrente dos resultados do projecto de «datação directa» das gravuras do Côa levado
a cabo pela EDP, a premência política de demonstrar a existência de um povoamento paleolítico do vale, determinaram a estratégia de
intervenção adoptada. Foi imediatamente aberta uma vala de escavação em L na plataforma Cardina II, na zona adjacente ao ponto onde
havia sido recolhida a ponta de sílex - quadrados S/5155 e QR/55. (...) A natureza arenosa dos sedimentos e o facto de se estar perante
depósitos lavrados determinou a opção por uma escavação rápida a pá e picareta acompanhada de crivagem a seco em crivos com malha de 4 mm.
(http://www.ipa.min-cultura.pt/coa/sh__research_articles__folder/cardina/cardina.html)
A construção deste lagar remonta à primeira metade do século XX e é hoje, sem qualquer reserva, uma das jóias raras do Concelho de
Pampilhosa da Serra.
O seu valor arquitectónico resulta do facto de, sem a existência de cálculos de engenharia, ter sido erguido pedra sobre pedra em xisto
e argila, com alicerces assentes na referida rocha de xisto.
Os alicerces aproveitaram a forte inclinação do terreno, foram escavados à custa da força humana, com a utilização de pá e picareta
e, volvidos que são dezenas de anos, ali continua o edifício imponente, honrando assim os seus "arquitectos" e a força anímica das gentes da Póvoa.
(http://www.serrasonline.com/index.php?option=com_content&view=article&id=171:lagar-de-povoa-da-raposeira&catid=34:local&Itemid=60)
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