O Presidente argentino, Néstor Kirchner, anunciou ontem o fim da moratória sobre a dívida do país aos credores privados. Kirchner falava diante
do Parlamento onde, há três anos, o então chefe de Estado, Adolfo Rodríguez Saa, anunciara a medida, enquanto a Argentina atravessava a sua maior
crise financeira de sempre. (...)
Apesar do sucesso da reestruturação da sua dívida, a Argentina terá de negociar com o FMI [Fundo Monetário Internacional] os pagamentos da sua
dívida externa, que terão de ser efectuados até ao final do ano em curso. Kirchner considerou a redução da dívida como "um resultado único e excepcional",
no entanto, esta continuará a representar 85 por cento do Produto Interno Bruto do país, contra 56% antes de 2001, devido à desvalorização do peso em
relação ao dólar.
Além de esclarecer a sua situação com o FMI, a Argentina terá de clarificar a posição das empresas privatizadas de serviço público, se quiser
recuperar a confiança dos investidores. Este país da América Latina, que nos últimos dois anos apresentou um crescimento económico acima dos oito por
cento, acredita que o fim da moratória permitirá a entrada de capitais estrangeiros indispensáveis à consolidação da sua economia. Os analistas
alertam, no entanto, para o facto de os novos investimentos estarem dependentes das negociações com o FMI.
(http://dn.sapo.pt/2005/03/02/internacional/argentina_anuncia_descongelar_divida.html)
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