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Nos Joelhos do Silêncio,
Heliodoro Baptista
Editorial Caminho
2005, 96 pp.
ISBN: 972-21-1727-0
Têm palavras de outro português, língua de rosas-malucas, tandos e xigubos, xiricos, suras, penembes e utses, traduzidos em glossário no final do livro. São 46 poemas escritos no andar de 30 anos onde vivem amigos mortos e velhos cães selvagens que «uivam astutos para nos comerem», a nós como a outros, ao futuro, ao amor onde tudo vive, mas onde também habitam pássaros e poetas, florestas, liberdades. Por isso «é que nós somos nós. / Temos um sol, mil luas, / uma lua, mil sóis. / E confiamos ainda neste prazer fundo / de encostarmos os rostos cansados / num refúgio áfrico, no auge do presságio. / E acreditamos na transcendência / dos mistérios fluindo, incandescendo / o mais obscuro bar suburbano.» Por isso é que Heliodoro Baptista, nascido e vivido na Beira, Moçambique, tinha de escrever uma poesia de «palavras necessárias».
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