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Me, Myself and I,
Manuel de Freitas
Assírio & Alvim
2005, 80 pp.
ISBN: 972-37-1030-7
Começando por se afastar da tentação teorizadora, Manuel de Freitas não deixa de apresentar as principais linhas e problemáticas da «literatura autobiográfica» e da crítica que dela se ocupa, para depois mergulhar na escrita «íntima» de Al Berto e na sua mecânica, objecto de estudo deste ensaio.
É, pois, quando não está em acção, em relação, que surge em Al Berto a necessidade de escrever e uma escrita-espelho, reveladora do eu imediato, do eu imóvel e do espaço em volta, «fragmentos de um diário» em que as memórias do homem se cruzam com as circunstâncias do poeta. Sempre o amor, o passado, as profundidades do eu, um horizonte de mar, a urgência e a inutilidade da escrita, mapa de uma geografia individual e inventário das paixões humanas que tem por paradigma a colectânea O Medo.
Tal como a grafia, imagética, também a fotografia (retrato) merece atenção na obra de Al Berto. Usada desde o primeiro livro, ela funciona, adianta o autor parafraseando Eduardo Prado Coelho, como «prolongamento do rosto», «paratexto», e é aqui dissecada nas várias fases da vida do poeta «as idades de Narciso».
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