O Quadrado (e outros contos),  
Manuel Alegre

Dom Quixote
2005, 80 pp.
ISBN: 972-20-2929-0


Personagens soltas trazem frases persistentes neste segundo livro de contos do poeta Manuel Alegre. «A minha vida está perdida em Singapura», diz uma, «está tudo perdido», grita outra, «uma tristeza canta debaixo de água», «as armas e os barões assinalados», «alguém à esquina da tristeza», repetem.

Narrador e outras personagens lançam assim os motes para onze histórias que são breves diálogos íntimos com o leitor. «Quem sabe se não serei eu quem assim está», pergunta-se a meio ou no fim do caminho. «Para quem se escreve, afinal?»

As interrogações sucedem-se a partir de um café numa praça, de um barco, de um sonho, de uma cor ou de um quadrado. «Defendo este reduto», responde o soldado inventado. «É o meu quadrado. Talvez não tenha sentido estar aqui a defendê-lo, mas se o perdesse eu próprio me perderia. O único sentido, que talvez não tenha grande sentido, é estar aqui a defender este quadrado», insiste o soldado.


Esta secção tem a colaboração de
«BULHOSA  LIVREIROS»
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© Instituto Camões, 2005