Deixando para trás a família e a pobreza conformada dos subúrbios, dois pequenos irmãos seguem ao longo da linha-férrea em busca do pai ausente. O mais novo faz o relato da viagem, narrador frágil e deslumbrado pelo Mano, o irmão mais velho e fonte de toda a sabedoria e razão de viver. Até que o caminhar revela as crianças em crescimento: uma não tão frágil, a outra não tão forte, e, finalmente, segue cada irmão o seu caminho.
Da mesma forma se revela na narrativa de estreia de Paulo Rodrigues a vocação da escrita. Lançada numa primeira e fragmentada versão no suplemento literário do jornal Folha de S. Paulo, em
1989, a
novela de Rodrigues esperaria doze anos para voltar à letra impressa, numa edição da editora Cossac & Naify, ganhando nesse mesmo ano o Prémio Revelação da Associação Paulista dos Críticos de Arte. Quatro anos depois chega a Portugal pela mão da Temas e Debates.