Cartas ao Léu: Vinte e duas cartas de Luiz Pacheco a João Carlos Raposo Nunes,  
Luiz Pacheco

Quasi
2005, 134 pp.
ISBN: 989-552-153-7


Raposo Nunes, poeta e livreiro da margem sul, amigo dos tempos de crise e de tertúlias, é o destinatário de duas dezenas de cartas e postais organizados, prefaciados e comentados em longas notas explicativas do universo pachequiano por António Cândido Franco. A vida nos lares ao ritmo dos livros editados, das escassas novidades, das agitações do corpo, da verve, da memória, das fúrias, das fugas, são os assuntos tratados em prosa escorreita e acutilante.

Nascido em Lisboa em 1925, Luiz Pacheco frequentou o curso de Filologia Românica na Faculdade de Letras de Lisboa, que não concluiu, sendo admitido em 1946 como agente fiscal da Inspecção de Espectáculos. Em 1945 começa a publicar artigos em jornais e revistas, de que se destacam O Globo, Bloco, Afinidades, O Volante, Diário Ilustrado, Diário Popular e Seara Nova. Em 1950 funda a editora Contraponto, onde publica escritores como Raul Leal, Mário Cesariny, Natália Correia, António Maria Lisboa, Herberto Hélder e Vergílio Ferreira.

Cultor e expoente do género epistolográfico em Portugal, foi com uma missiva – a Carta-Sincera a José Gomes Ferreira, publicada em 1958 por Mário Cerariny – que se estreou em livro. De lá para cá publicou centena e meia de cartas.

No mesmo suporte de escrita íntima, poética e livre (da censura salazarista, do marasmo intelectual que se seguiu, dos padrões éticos e estéticos), teceu a crítica literária e cultural que lhe deu fama de irreverente, a par de episódios peculiares da vida e dos amores.


Esta secção tem a colaboração de
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