A escrita malva de José Ilídio não é indicada para tratamentos das vias respiratórias, da pele ou do amor, ao contrário da planta silvestre que lhe dá nome, usada na Itália renascentista como cura para todos os males, pelos pitagóricos para libertar o espírito das paixões e pelos monges para afastar o desejo dos corpos.
Nos poemas de Jota vivem a ironia, guerras invisíveis, a impunidade da espécie, a tragicidade da vida, um país anoitecido, um mundo cão. Por lá passam também retratos de mulheres, vozes ruidosas, kamikazes, poetas, pombos, deuses, o mar, a névoa, a mãe morta.
José Ilídio, licenciado em Filosofia, é professor em Águeda. Publicou A Primeira Letra de Jota (2001), a Segunda Letra de Jota (2003) e A Letra Intermédia de Jota (2004).