«Passamos a vida a fugir de alguma coisa e à procura de outra. O nosso comum destino é chegar e partir.»
Dois aforismos abrem o conjunto de 17 histórias e apontamentos reunidos no último livro de Pedro Paixão. E assim segue a prosa proposições curtas, em que se misturam situações triviais, quase telenovelísticas, referências doutas e considerações filosóficas, numa deliberada confusão entre a ficção e o relato autobiográfico.
Mais concretamente: personagens efémeras cruzam-se em episódios ziguezagueantes, criando e resolvendo conflitos que ilustram teorias agastadas sobre a vida, os homens e as mulheres, as relações. «Sempre tive mais medo de mulheres do que de homens, talvez pela mesma razão por que gosto tanto delas: são animais imprevisíveis», lê-se mais à frente.
Pedro Paixão nasceu em Lisboa em 1956. Estudou Filosofia, que lecciona na Universidade Nova de Lisboa. Trabalhou para o semanário O Independente e publica pontualmente artigos na imprensa. Em Julho de 1992 publicou o primeiro livro de ficção A Noiva Judia, a que se seguiram, entre outros, Vida de Adulto (1992), Histórias Verdadeiras (1994), Viver todos os dias cansa (1995), Muito, meu amor (1996), Nos teus braços morreríamos (1998), Amor Portátil (1999), Saudades de Nova Iorque (2000), A cidade depois (2001), Portokyoto (2001), Onze noites em Jerusalém (2002) e os álbuns de fotografia Barely Legal (1999) e 47W17 (2000).