Fugida da rua para o silêncio da casa mágica, dos reflexos dos vidros nos enfeites de estuque, do espelho que devolve a cara sem enigmas, da hera que devolve Deus, da lembrança do amor de cães enforcados, dos gatos, fugida da rua, Adília Lopes conta histórias de abracadabra e histórias de caracacá. Ou uma grande criança mal amada através dela. Confidências de rima rápida, às vezes curta, em livro de capa bonita, capa que dura.
Fazer da poesia o deve e o haver da vida é “o jogo perigoso” da autora desde que publicou o primeiro livro em 1985, do próprio bolso. Os livros escritos como quem pede abraços estão reunidos em Obra, desconcertante antologia editada em 2000 pela Mariposa Azul.
Maria José de Oliveira nasceu em 1960, em Lisboa. Estudou Física e Românicas. Foi como Adília Lopes que começou a publicar uma escrita pessoal e controversa em forma de poesia.