Quarenta e um artigos de opinião publicados na página 2 do semanário Expresso entre 23 de Novembro de 1974 e 1 de Dezembro de 1975 constituem o primeiro volume de crónicas de Marcelo Rebelo de Sousa sobre o período revolucionário português, textos que um segundo livro recuperará até à data das eleições presidenciais de 27 de Junho de 1976.

«Semana a semana, falei de um golpe militar que se convertera em revolução, do crescendo desta, da sua fase mais crítica, do seu refluxo e da sua morte», explica, em nota de abertura, o prestigiado comentador político, que tinha, à data de início de publicação das crónicas, 25 anos, um ano de colaboração no Expresso e mais de uma década de intervenções avulsas em diários e semanários nacionais, locais e académicos.

Além da intervenção na revolução como cidadão, jurista e político (era então dirigente do Partido Popular Democrático, mais tarde Partido Social Democrata) que a rubrica lhe garantia, Rebelo de Sousa procurou fazer destas crónicas um espaço de «pedagogia sobre a política, a democracia, a constitucionalização do novo regime». «…Importava ir descrevendo, às vezes dia a dia, a evolução vertiginosa dos acontecimentos, assim conferindo às análises o carácter de registo da revolução», conta.

Professor Catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, doutorado em Ciências Jurídico-Políticas, Marcelo Rebelo de Sousa é autor, entre muitas outras, das obras Baltasar Rebelo de Sousa – Fotobiografia (1999), A Revolução e o Nascimento do PPD (2000) e Os Evangelhos de 2001 (2001).