Visto por muitos como o primeiro romance «cabo-verdiano», Chiquinho descreve, através das atribulações da personagem principal, o ambiente de «Emigração e Orfandade» no arquipélago dos anos 30, retratando nas evocações das tradições populares e no registo «oralizante», a identidade cultural daquele povo «abandonado» mas sonhador.
Iniciado na adolescência, em 1936, e publicado integralmente pela primeira vez em 1947, Chiquinho foi trazido à literatura portuguesa pela geração «presencista». A editora Vega publica-o agora com prefácio de Alberto Carvalho, especialista em Literatura Cabo-Verdiana e outras Literaturas Africanas de Língua Portuguesa.
Pedagogo, filólogo, advogado, escritor, Baltasar Lopes foi, com Manuel Lopes e Jorge Barbosa, fundador, em 1936, da revista Claridade, agente de uma enorme transformação da literatura cabo-verdiana. Escreveu em português e em crioulo. Usou o pseudónimo poético de Osvaldo Alcântara.