O perigo como génese da ciência; a exactidão científica como o arremesso do alvo contra a flecha; a investigação como a procura do que já se descobriu; a incoerência como única forma de avançar; a verdade como determinação de sujeitos e não de objectos; a metáfora como explicação do que escapa à lógica; a alegria como motor do conhecimento científico. São estes alguns dos postulados aqui coligidos em forma de anotações.
Vejamos, para exemplo, uma hipótese: «A alegria é um catalizador de uma experiência científica; a tristeza, um inibidor. / A tristeza encolhe; como pode um homem triste descobrir algo? / Só quem é alegre arrisca. / A tristeza é anticientífica.» São perguntas e respostas de um pensamento original com vista ao conhecimento do ser humano o traço comum da escrita do autor.
Publicado pela primeira vez em 2001, Gonçalo M. Tavares tem em curso edições e traduções de 14 dos seus livros (romances, poesia, teatro e pequenas ficções) em vários países e está representado em diversas antologias.
À profusão de obras corresponde uma profusão de prémios: o Prémio Literário José Saramago e o Prémio LER/Millenium BCP pelo romance Jerusalém; o Prémio Branquinho da Fonseca da Fundação Calouste Gulbenkian e do jornal Expresso pela obra O Senhor Valéry e o Prémio Revelação de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores por Investigações. Novalis.