O Outro Pé da Sereia
Mia Couto

Editorial Caminho
2006, 384 pp.
ISBN: 972-21-1795-5


«Um cruzamento de viagens entre tempos e lugares em busca de miragens, em que a trama é o pretexto para pensar as grandes encruzilhadas, que não são as políticas ou económicas, mas as da identidade» foi como o autor definiu o seu último romance no lançamento da obra em Lisboa.

No centro do enredo está a imagem de uma santa católica que encanta e perturba todos os que dela se aproximam. É o caso do jesuíta Gonçalo da Silveira, que parte de Goa em 1560 com a missão de converter ao cristianismo o imperador do Reino do Ouro; de um casal de antropólogos americanos que em 2002 visita a pequena Vila Longe, então transformada num cenário divertido e desolador do mundo globalizado; e, finalmente, de Mwadia, a personagem que faz a ponte entre passado e presente, entre Portugal, Índia e Moçambique, e que, na sua busca por um lugar para abrigar a imagem da santa, talvez encontre um outro pé, real ou metafórico, para a sereia que une os povos da região. Histórias narradas na mesma escrita «falinventada», coloquial e poética, alegórica e mágica, dos aclamados contos de Vozes Anoitecidas, Cada Homem é uma Raça e Estórias Abensonhadas, ou dos romances Terra Sonâmbula e A Varanda do Frangipani.

António Emílio Leite Couto nasceu na Beira, Moçambique, em 1955. Ganhou o nome Mia do pequeno irmão e logo o adoptou em homenagem aos gatos, bichos que muito aprecia. Cursou medicina ao mesmo tempo que se iniciava no jornalismo, mas abandonou o primeiro em favor do segundo. Foi director da Agência de Informação de Moçambique e mais tarde tirou o curso de Biologia, profissão que exerce até hoje.

Estreou-se no prelo com um livro de Poesia, Raiz de Orvalho, em 1983, depois de ter sido antologiado por outro grande poeta moçambicano, Orlando Mendes, em 1980. Em 1999 recebeu o Prémio Vergílio Ferreira pelo conjunto da sua obra. Os seus livros estão traduzidos em várias línguas.


Esta secção tem a colaboração de
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