O Comboio de Lúcifer
O Comboio de Lúcifer
António Ferreira

Assírio & Alvim
1997, 64 pp.
ISBN: 972-37-0427-7

www.assirio.com


Um conjunto de poemas de António Ferreira transporta-nos para diferentes lugares, vivências e paisagens. Nele absorvemos o dia e a noite, as vozes e os silêncios, o início e o fim, os sonhos e a própria existência.

«Acordo com o lume dos pássaros nas ramagens,/mais tarde oiço as vozes das crianças lançadas/no pátio da escola. A dália encarnada/afugenta o sonho, a luz que amanhece nos/rochedos desperta o fumo das manhãs. Saboreio/o pomo dos dias, mas nada sei da linha/ténue que os separa, entre o rumor e o frio/A bruma dos pássaros perde-se na ferida da/noite, desponta no silêncio que augura o fim e/o início.» (Do Dia à Noite - versão de Dalia Ravikovitch)

«A casa tranca o desejo, nas paredes corre a lava/dos segredos, as cinzas dos perdidos riscam o/ar, pousam devagar nos seios das meretrizes,/encenadas às janelas. É a hora de saíres a/caminho dos teatros, dos ardinas que cruzam/as calçadas, prostrados de desalento e de/fumo. A mão vacila num aceno, alveja o riso/da resposta, incendeia-se o palco dos devaneios,/o gás dos lampiões recorta os vultos na/fuligem do portal, a cama acolhe os corpos,/radiantes em sua luz.» (Lisboa, 1867)

Na obra incluem-se ainda os seguintes poemas: Hotel Méridien, A uma cena perdida de Metropolis, Notre-Dame du Haut, Quarta-Feira de Cinzas, Do Dia à Noite (versão de Dalia Ravikovitch), O Fogo Celestial (versão de Yannai), Ariana, Estrada das figuras, Páginas esquecidas, Litania do Desengano, entre outros.


Esta secção tem a colaboração de
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