Oficina do Livro
2006, 150 pp.
ISBN: 989-555-195-9
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No livro assistimos à história do protagonista Edgar, contada pelo próprio, através do seu depoimento autêntico e espontâneo a um silencioso inspector da polícia. O olhar deste último é muitas vezes o dos leitores que, passo a passo, vão traçando o perfil da personagem principal e deslindando os passos de um golpe que a levou a passar nove dias em sequestro.
Uma obra arrebatadora e delirante, cheia de humor, naturalidade e sedução, onde as senhoras estão sempre em primeiro lugar.
«Foi então que a vi, senhor Inspector. Sozinha, do outro lado da rua. Avancei com sofreguidão de náufrago por bóia de salvação. Mútua salvação, atrevi-me a admitir. Talvez aquela gracinha se sentisse igualmente excluída e faminta de atenções.
«Eu sou o Edgar», disse-lhe. «E preciso desesperadamente de si.»
A primeira reacção foi fria, quase hostil, mas logo escancarou aquele sorriso cinematográfico que o senhor inspector terá apreciado. Soube-me bem quando se esticou para cumprimentar de beijinho. «Renata», sussurrou ao meu ouvido. Impossível saber que tinha posto o pé num carrossel desvairado.»
Mário Zambujal nasceu em Moura, Alentejo, em 1936, e iniciou a sua actividade na imprensa, ainda adolescente, no semanário satírico Os Ridículos. Como jornalista profissional, foi redactor de A Bola e de O Jornal; chefe de redacção de O Século e do Diário de Notícias; director-adjunto do Record; director do Mundo Desportivo e do Tal & Qual; e director-fundador do Se7e. Da imprensa escrita passou para a RTP onde criou, dirigiu e apresentou programas diversos. Nos domínios da ficção, escreveu para rádio, teatro, televisão e publicações várias. Em 1980 lançou o seu primeiro livro Crónica dos Bons Malandros, a que se seguiram Histórias do Fim da Rua, À Noite logo se Vê e, em 2003, Fora de Mão.