1755 - O Grande Terramoto
1755 - O Grande Terramoto
Filomena Oliveira / Miguel Real

EUROPRESS - Editores e Distribuidores de Publicações, Lda.
2006, 214 pp.
ISBN: 972-559-271-9



A peça de teatro procura um retrato fiel da mentalidade portuguesa na Lisboa do século XVIII, através de figuras e acontecimentos reais. A obra conta duas histórias paralelas: a de Mariana e do seu eventual incesto com o conde de Unhão, e a história da ascensão ao poder do Marquês de Pombal, como ministro do reino e construtor do Estado português contemporâneo.

O contexto de toda a acção dramática localiza-se em Lisboa, antes, durante e depois do terramoto. Na primeira parte, assistimos aos conflitos entre as personagens e grupos sociais (os políticos, os nobres, os religiosos, os embaixadores, as prostitutas do Botequim da Rosa, o povo das ruas de Lisboa) na luta por privilégios, influências, interesses e poder. Na segunda parte, iniciada a partir dos escombros do terramoto, evidencia-se a emergência do poder do Marquês de Pombal que tenta, por todos os meios, construir uma cidade nova e criar uma nova mentalidade e um país moderno, burguês, sem escravos nem cristãos-novos, com escolas públicas e comércio intenso.

«Marquês de Pombal – (levantando-se, papéis na mão, uma espécie de planta ou de mapa de Lisboa) Lisboa será dividida em doze bairros, cada um com um provedor, um juiz e um meirinho com plenos poderes. É preciso fiscalizar… Todas as vilas das duas margens do Tejo até Abrantes serão obrigadas a fornecer víveres a Lisboa. Sopa e pão de farelo serão distribuídos duas vezes ao dia, no Terreiro do Paço e no Rossio, os provedores dos bairros que requisitem padeiros, cozinheiras e açougueiros, quem se recusar será imediatamente preso e multado. Os açougueiros que comecem por esquartejar cavalos e burros feridos para as primeiras sopas, veja-se a carne que se pode aproveitar do açougue.» (Cena 10, parte II)

Filomena Oliveira é co-autora, com Miguel Real, da adaptação dramatúrgica de Memorial do Convento, de José Saramago, e com, Carlos Carvalheiro, da adaptação dramatúrgica de A Voz dos Deuses, de João Aguiar.
Miguel Real publicou recentemente o romance A Voz da Terra, e o ensaio O Marquês de Pombal e a Cultura Portuguesa. No teatro, sempre em co-autoria com Filomena Oliveira, para além da dramaturgia de Memorial do Convento, escreveu as peças Os Patriotas, O Umbigo de Régio e Liberdade! Liberdade!


Esta secção tem a colaboração de
«BULHOSA  LIVREIROS»
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© Instituto Camões, 2006