Assírio & Alvim
2006, 96 pp.
ISBN: 972-37-1114-1
www.assirio.com
A obra é constituída por três livros reunidos num único volume, prefaciado por Manuel Gusmão – «Gastão Cruz é daqueles poetas que fizeram a experiência e voltaram vivos; daqueles que compreenderam o que há de ritual e de busca de uma singularização, no poema. (…) Ele consegue modelar ou modular o pequeno artifício artístico capaz de suscitar a mais frágil recordação da infância: o desenho de um gesto, o gráfico de um sentimento, uma sombra ou uma pessoa, a mais mínima coisa da praia ou da ria».
Os livros tinham sido já inseridos nas quatro edições da Poesia Toda e publicados original e separadamente na segunda metade dos anos 60: Outro Nome (1965), Escassez (1967) e As Aves (1969). Surgem agora como um «tríptico», em que cada um dos poemas é agora, pela primeira vez, datado.
Recorde-se um poema de Escassez: «Pois a cidade já nos desconhece/à luz de cinzas a que vê/o meu corpo e tu morreste/a essa luz de fogo morto/não pode à luz do fogo nenhum corpo/ver a cinza da luz dum corpo morto».
Gastão Cruz, poeta, crítico literário e, até há pouco tempo, professor do ensino secundário, nasceu em Faro em 1941. É formado em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras de Lisboa. Desde a década de 60, tem introduzido alguns processos inovadores na poesia portuguesa. Com vinte anos publica o seu primeiro livro de poemas A Morte Percutiva (1961). Seguem-se A Doença (1963), Outro Nome (1965), Escassez (1967), As Aves (1969), Teoria da Fala (1972), Os Nomes (1974), Campânula (1978), Órgão de Luzes (1981), As Leis do Caos (1990), As Pedras Negras (1995), Rua de Portugal (2002) - Grande Prémio de Poesia da APE, entre outros.
Esteve ligado à revista Poesia 61 e coordenou a revista Outubro. Colaborou ainda em outras publicações como O Tempo e o Modo, Cadernos do Meio-Dia e Seara Nova. Gastão Cruz é ainda autor de um ensaio intitulado A Poesia Portuguesa Hoje (1973).
