A Lua pode esperar
O Codex 632
José Rodrigues dos Santos

Gradiva
2006, 550 pp.
ISBN: 989-616-072-4

www.gradiva.pt

O novo romance de José Rodrigues dos Santos é uma «viagem pelo tempo», uma incessante descoberta de enigmas, mitos, segredos e mistérios seculares através de pistas emaranhadas. Baseado em documentos históricos e tendo sempre como pano de fundo a ficção, o autor procura explorar a possibilidade de Cristóvão Colombo ter origem portuguesa.

A morte de Martinho Vasconcelos Toscano, um historiador português que se encontrava no Brasil a pesquisar as origens do navegador, desencadeia toda a narração. No quarto de hotel, Martinho sente uma forte dor no peito, após a ingestão de um sumo de manga, e morre pouco depois. Após esta estranha ocorrência, Tomás Noronha, um especialista em criptografia e línguas antigas, e professor de História da Universidade Nova de Lisboa, é incumbido de indagar sobre o trabalho do historiador falecido. A partir daqui o leitor é convidado, também ele, a desvendar o mais bem guardado segredo dos Descobrimentos: a verdadeira identidade e missão de Cristóvão Colombo.

«Tomás apercebeu-se de uma folha solta, duas linhas firmes, quatro palavras redigidas com inusitado cuidado, as letras rabiscadas em maiúsculas pareciam rasgar o papel, a caligrafia revelando contornos obscuros, insinuantes, como se encerrasse uma arcaica fórmula mágica, criada por antigos druidas e esquecida na névoa dos séculos. Quase irreflectidamente, sem saber bem porquê, como se obedecesse a um velho instinto de historiador, aquele sexto sentido de rato de biblioteca habituado ao mofo poeirento dos velhos manuscritos, inclinou-se sobre a folha e cheirou-a; sentiu emergir dali um odor arcano, um aroma secreto, uma fragrância transportada por um mensageiro do tempo. Como um encantamento esotérico, que nada revela e tudo sugere, aquelas palavras indecifráveis exalavam o enigmático perfume do mistério».

José Rodrigues dos Santos nasceu em 1964 em Moçambique. É doutorado em Ciências da Comunicação e professor da Universidade Nova de Lisboa. É sobretudo conhecido pelo seu trabalho como jornalista, carreira que abraçou em 1980, na Rádio Macau. Trabalhou na BBC, em Londres, de 1987 a 1990, e seguiu para a RTP, onde começou a apresentar o 24 Horas. Em 1991 passou para a apresentação do Telejornal, tendo ocupado por duas vezes o cargo de director de informação da televisão pública. Tornou-se colaborador permanente da CNN entre 1993 e 2002. É um dos mais premiados jornalistas portugueses, galardoado com dois prémios do Clube Português de Imprensa e três da CNN, entre outros. Já publicou quatro ensaios e este é o seu terceiro romance.


Esta secção tem a colaboração de
«BULHOSA  LIVREIROS»
bulhosa.liv@mail.telepac.pt
© Instituto Camões, 2006