Assírio & Alvim
2004, 350 pp.
ISBN: 972-37-0754-3
www.assirio.com
A mão que (me) acenava, Um não sei quantos avos da Aliança, Um amor a contragosto, As gregas do Cais do Sodré, Best-seller, Lede tudo, sobretudo as obras, entre muitos outros, fazem parte de Uma Coisa em Forma de Assim. Os textos aqui reunidos foram escritos pelo autor ao longo das décadas de 60, 70 e 80 e publicados no Diário de Lisboa, Diário Popular, a Capital, Flama, A Luta e Jornal de Letras.
Edição e posfácio de Maria Antónia Oliveira: «Na sua escrita leve, clara e irrespeitosa, O’ Neill apresenta-nos aqui pequenas ficções, arremedos de contos, crónicas, reflexões e devaneios, alegorias, textos onde se nota uma ressonância biográfica (…) outros assumidamente biográficos, uma crónica cadavre exquis e mesmo um texto produzido a partir de um volumoso catálogo da Manufacture Française d’Armes et Cycles de Saint-Étienne que fazia parte da sua farta biblioteca.
São, portanto, textos previamente publicados na imprensa que o autor reuniu. (…) Foram corrigidas as gralhas, recorrendo às publicações primitivas dos textos na Imprensa e a dactiloscritos deixados pelo autor.
Mantiveram-se as particularidades ortográficas da escrita de Alexandre O’ Neill.»
«Há uma altura em que, depois de se saber tudo, tem de se desaprender. Sucede assim como o escrever. Com o escrever do escritor, entenda-se. Eu, provavelmente poeta, estou a aprender a… desaprender. (…) Atenção, vêm aí as receitas, as ideias feitas, os passes de mão, os clichés, os lugares selectos ou, mais comezinhamente, os lugares comuns. O escritor está instalado. Revê-se na sua obra. Começa a abalançar-se a voos mais altos, a mergulhos mais fundos. É a intelectualidade que o chama ao seu seio, o público que o põe, vertical, nas suas prateleiras. Arrumado.» (Desaprender)
Alexandre O'Neill, poeta português, nasceu em Lisboa em 1924. Foi um dos fundadores do Movimento Surrealista de Lisboa. Publicou o primeiro livro de poemas em 1951 Tempo de Fantasmas. Seguiram-se No Reino da Dinamarca (1958), Abandono Vigiado (1960), Poemas com Endereço (1962), Feira Cabisbaixa (1965), De Ombro na Ombreira (1969), As Andorinhas não têm Restaurante (1970), Entre a Cortina e a Vidraça (1972), A Saca de Orelhas (1979), As Horas já de Números Vestidas (1981), Dezanove Poemas (1983), O Princípio da Utopia (1986). Trabalhou também em publicidade, mas foi como poeta que se revelou. Faleceu, de doença cardíaca, em 1986.