Editorial Caminho
2006, 48 pp.
ISBN: 972-21-1826-2
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Gonçalo M. Tavares apresenta-nos o Senhor Walser, depois de já termos conhecido o Senhor Valéry, o Senhor Henri, o Senhor Juarroz, o Senhor Brecht, o Senhor Kraus e o Senhor Calvino, todos eles habitantes do mesmo bairro.
Todavia, este novo vizinho mora um pouco mais isolado, no meio da floresta, por entre os arbustos, na sua nova casa, acabada de construir. Walser fundava aquele espaço «para atrair a cordialidade, o aperto de mão entre dois homens que se entendem depois de uma longa conversa argumentada, um abraço comovido de uma despedida e, eventualmente (…) um beijo apaixonado, o encontrar de uma companhia definitiva». Mas, aos poucos, apercebe-se que até um local aparentemente tranquilo pode conter em si muitas adversidades.
«Como o senhor Walser está contente! No meio de arbustos, ervas selvagens e outras manifestações da natureza ainda em pleno e imprevisível trajecto de vida, eis que foi possível construir por via de um sentido técnico especializado de que só a grande civilização é capaz a casa simples, sem nada de luxuoso ou ostensivo, uma mera casa para viver, a de Walser, homem que se encontra, por enquanto, sozinho no mundo, mas que vê naquela construção finalmente terminada quantos anos demorou?! tantos! uma oportunidade para no fundo, sejamos sinceros, encontrar companhia».
Gonçalo M. Tavares nasceu em 1970, em Angola. Em 2001 publicou a primeira obra: Livro da dança. Escreveu romances, poesia, teatro e pequenas ficções, tendo recebido vários prémios. Recebeu o Prémio José Saramago 2005 e o mais importante prémio para originais em língua portuguesa Prémio Millenium Ler/Círculo de Leitores BCP 2004 com a mesma obra Jerusalém. Recebeu ainda o Prémio Branquinho da Fonseca da Fundação Calouste Gulbenkian e do jornal Expresso com a obra O Senhor Valéry e o Prémio Revelação de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores, com Investigações Novalis, ambos publicados em 2002. Estão em curso edições e traduções dos seus livros, em diferentes países.