Editorial Teorema
2006, 192 pp.
ISBN: 972-695-687-0
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O autor recria, através da história de Francisca, o período conturbado que se viveu em Portugal entre os anos de 1755 e 1761. São disso exemplo o terramoto em Lisboa, a expulsão dos jesuítas, o Processo dos Távoras, o fim da escravatura e o fim dos autos-de-fé praticados pela Inquisição. A sua narrativa baseia-se em diversos relatos da época, livros de visitação, cancioneiros e processos do Santo Oficio.
Inspira-se na vida de Marcelina Maria, que no romance é Francisca, acusada de feitiçaria, presa e julgada pelo Santo Ofício no século XVIII. No decorrer da obra, ficamos a conhecer esta escrava negra que, cansada de sofrer maus-tratos e humilhações, recorre a feitiços e a práticas de bruxaria em busca de uma vida melhor para si e para os seus filhos.
«Francisca tinha chegado ao local havia pouco tempo e por isso, sem o saber, teve a sorte de ficar junto à entrada principal do imponente local de culto. Logo que se sentiram os primeiros tremores seguidos das fendas iniciais na estrutura, entre gritos, rezas e atropelos, correu como muitos outros para fora do edifício. Ninguém sabia o que acontecia. Chegou à rua e assustada, observou a destruição que a natureza provocava, fugindo através do único caminho que não se encontrava obstruído pelas sucessivas derrocadas dos edifícios em redor do convento».
César Magarreiro nasceu em 1964 em Terrugem, Elvas. É oficial da Marinha Portuguesa e geólogo. Francisca, a sua primeira obra, recebeu o Prémio Literário FNAC Teorema 2006.