Relógio D'Água
2006, 108 pp.
ISBN: 972-708-926-0
www.relogiodagua.pt
O Termo de Óbidos é construído a partir de narrativas pessoais, descrevendo tempos distantes e tempos mais presentes, lugares e pessoas. O interesse do autor pelas áreas artísticas da pintura e da escultura está também presente ao longo dos seus poemas na forma como representa o quotidiano e no modo como imagina as paisagens.
«As folhas da sua vida já estão bem longe/da escada que leva ao mar/reflexo da água/a quebrar no paredão da praia/quero dizer-te: aprendi que morremos duas vezes/uma vez, no corpo/e outra, naquilo que continuam a desejar de nós/ficamos como o peso grave de uma visitação/rosto meio oculto/por grosseira cerca quadrada de muro baixo./Um resto de restinga marítima/assemelha-nos ao náufrago que deu à costa/e ninguém se aperceberá de que foi a vida/a nossa verdadeira pátria?». (Canção a um parente)
João Miguel Fernandes Jorge é poeta, ficcionista, ensaísta e crítico de arte. Licenciado em Filosofia pela Universidade de Lisboa, foi professor do ensino secundário e professor de Estética na Escola de Cinema do Conservatório Nacional. Estreou-se, em 1971, com Sob Sobre Voz, tendo escrito, entre outras obras de poesia, Porto Batel, Alguns Círculos, Direito de Mentir, O Roubador de Água, O Regresso dos Remadores, Poemas Escolhidos, Um Nome Distante, Tronos e Dominações, A Jornada de Cristovão de Távora - I, II e III, Um Quarto Cheio de Espelhos, Pelo Fim da Tarde, Terra Nostra, O Barco Vazio, Antologia Poética 1971-1994, Não É Certo Este Dizer, Lugar de Uma Coisa, A Sombra de Uma Árvore, O Lugar do Poço e Bellis Azorica (1999). É ainda autor de alguns títulos de ficção como Nem Vencedor Nem Vencido, Uma Paixão Inocente, Fins-De-Semana e O Pé Esquerdo. Sobre arte publicou Paisagem com Muitas Figuras (1984), Um Quarto Cheio de Espelhos, António Palolo por J. M. F. J., O Que Resta da Manhã, Abstract & Tartarugas e Obra Poética.
