Revista Digital sobre Tradução - Número 9 - Agosto 2006

PATRONO


S. Jerónimo na Basílica de Mafra


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S. Jerónimo, Basílica de Mafra
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S. João da Mata, Basílica de Mafra

Do conjunto das cinquenta e oito estátuas da basílica de Mafra encontrará o nosso leitor, na sua visita à basílica de Nossa Senhora e Santo António, uma representando o patrono dos tradutores. O conjunto escultórico de Mafra, vindo de Itália na primeira metade do século XVIII, por encomenda do rei D. João V (1689-1750), é imponente. Fixamo-nos, desta vez, apenas na estátua, na representação de S. Jerónimo, omitindo dados contextuais e de situação da própria basílica, fugindo à repetição de dados, que podem encontrar-se nos roteiros turísticos e/ou culturais e dos quais Mafra faz obrigatoriamente parte.

Encontra o leitor a estátua de S. Jerónimo, já a caminho da saída da basílica, na última das capelas, denominada Capela do Santo Cristo. Facilmente se identifica o Santo: lá estão o leão e o livro aberto, e, bem nítido, o seu nome escrito em latim. Sabemos, pelos documentos guardados relativos à encomenda, que estes dados de identificação não foram descurados pelos encomendadores, que exigiram, para a generalidade das estátuas, “propriedade das roupas e insígnias dos Santos”. Destes dados fazia ainda parte o de embutir o nome do santo em letras negras na base da estátua.

A estátua de S. Jerónimo está datada (1733) e contém o nome do escultor – o florentino Filippo Della Valle (Florença, 1698 – Roma, 1768). Considerado um dos mais interessantes de Mafra, do mesmo escultor será também a estátua que representa S. João da Mata que se encontra na galilé da basílica.

Filippo Della Valle é considerado um dos artistas mais representativos da sua geração de escultores e o seu legado presente em Mafra deve inserir-se nos padrões dominantes da arte escultórica romana do século XVIII: o barroco-rococó e neo-clássico. Significativas são as contribuições do mesmo escultor para alguns monumentos da cidade de Roma – a fonte de Trevi e a basílica de S. João de Latrão. Para além da grandiosidade, o leitor notará a precisão e o pormenor decorativo com que o escultor soube representar o patrono dos tradutores.

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BIBLIOGRAFIA

Teresa Leonor M. Vale, A Escultura Italiana de Mafra, Lisboa, Livros Horizonte, 2002
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