Ao longo da história da literatura os poetas têm procurado, nas composições medievais, processos criativos de cantar o sentimento amoroso. Com efeito, as características poéticas das Cantigas de Amigo marcaram decisivamente um género particular da lírica que perdura até aos nossos dias. | Fragmento de canções do rei D. Dinis, descoberto pelo Prof. Harvey L. Sharrer. IAN/Torre do Tombo |
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Nasceu em Lisboa em 1938. O seu primeiro livro, «Morfismos», vem integrado na colectânea Poesia 61.Tem vindo a trabalhar a arte poética de uma forma cada vez mais elaborada. É tradutora e autora de peças de teatro, bem como de ensaio sobre Camões. Livros principais: Barcas Novas (1967), Três Rostos (1989), Cantos do Canto (1995). |
En Lixboa, sobre lo mar
En Lixboa,, sobre lo ler Barcas novas mandei lavrar |
Lisboa tem barcas Barcas novas levam guerra
São de guerra as barcas novas Barcas novas são mandadas
Nelas mandaram meter Barcas novas são mandadas Em Lisboa sobre o mar In Barcas Novas (1967) |
Sobre o
poema Este Poema é constituído por dois poemas para mostrar o próprio processo de recriação: o segundo poema retoma a forma da Cantiga de Amigo e canta o sentimento de dor e tristeza causado pela partida dos soldados para a guerra colonial. O ritmo e a repetição das palavras produzem um jogo de sentidos que mostram que a Guerra não tem sentido. Este poema faz referência a uma fase dolorosa da história de Portugal: a Guerra Colonial. |
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