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O vinho e o
centeio abrem a mesa
àquele peso de fulgor sagrado
que nos reúne. Quase sacramenta
como a luz do concerto no trabalho
que aqui trazemos. E depomos tensa
para que nutra, com tua graça, o hábito
de nos sentarmos a receber da terra
o que demos à terra. E partilhamos.
Que deste pão o nosso olhar se acenda.
E o vinho atine a só nos alegrarmos
para o esforço difícil da tarefa
dar fruto de
justiça a todos quantos,
tão apartados e
famintos dela,
faltam ao peso e ao fulgor dos anos.
Fernando
Echevarría
Geórgicas
Porto, Edições Afrontamento, 1998
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