EM SINTRA As águas maravilham-se entre os lábios e a fala, rápidos em Sintra espelhos surgem como pássaros, a luz de que se erguem acontece às águas, à flor da fala divide os lábios e a ternura. Da linguagem rebentam folhas duma cor incómoda, as de que maravilhado de água surges entre livros, algum crime, um menino a dissolver-se ou dele os lábios e ergues equívoca a luz depois. Rápidos espelhos então cercam-te explodindo os pássaros. |
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Nasceu em 1957, em Viseu. Nesta cidade, fez a instrução primária e o ensino secundário. Licenciou-se em Filologia Românica pela Faculdade de Letras de Lisboa, onde foi assistente entre 1981 e 1983. Partiu depois para Oxford, como leitor de Português, aí permanecendo três anos. Fixou-se em Bruxelas desde 1986, desempenhando o cargo de tradutor do Conselho das Comunidades Europeias. Nesta cidade, no seu apartamento, foi brutalmente assassinado em 1995. A Fundação Luís Miguel Nava, instituída por testamento do poeta, publica desde 1997 a revista Relâmpago e atribui um prémio de poesia anual. Obra de Luís Miguel Nava: Películas (1979) - Prémio Revelação da Associação Portuguesa de Escritores A Inércia da Deserção (1981) Como Alguém Disse (1982) Rebentação (1984) O Céu Sob as Entranhas (1989) Vulcão (1994) Ensaio e antologia: O Pão a Culpa a Escrita (1982) A Poesia de Francisco Rodrigues Lobo (1985) O Essencial Sobre Eugénio de Andrade (1987) Antologia de Poesia Portuguesa - 1960/1990 (1991) Ler outro poema de Luís Miguel Nava. |
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