FUGA

Alto estou a teu lado

no verão deitado

 

Alto no esplendor de possuir-te

e trocarmos silenciosamente

os frutos mais fundos da morte

 

Como se navegasse um rio

por dentro

e na tua fragilidade encontrasse

a minha força

 

Um caminho rigoroso de silêncio

Casimiro de Brito

Mesa do Amor (1970)

In Ode & Ceia (Poesia 1955-1984)

Lisboa, Publicações Dom Quixote, 1985



CASIMIRO DE BRITO

 

 

Nasceu em Loulé, em 1938. Viveu a sua infância na região algarvia e frequentou a Escola Comercial de Faro. Depois de uma passagem por Londres, em 1958, fundou e dirigiu com António Ramos Rosa os Cadernos do Meio-Dia (1958-60), onde se revelaram os poetas do grupo Poesia 61.

Fixou-se em Lisboa em 1971, desempenhando funções no sector bancário, depois de ter vivido três anos na Alemanha.

 

Poeta, romancista e ensaísta, tem cerca de 40 livros publicados. Foi Vice-Presidente da Associação Portuguesa de Escritores e é actualmente Presidente do Pen Club. Dedica-se hoje exclusivamente à escrita e continua a desenvolver uma intensa actividade como divulgador da poesia nacional e internacional. É co-director da revista luso-brasileira Columba e responsável pela colaboração portuguesa na revista internacional Serta.

Entre outros prémios, Casimiro de Brito recebeu o Grande Prémio de Poesia APE pelo livro Labyrinthus (1981) e o Prémio Internacional de Poesia Léopold Senghor (2002).

 

 

Algumas obras:

 

Poesia:

 

Poemas da Solidão Imperfeita (1958)

Poemas Orientais (1963)

Labyrinthus (1981)

Ode & Ceia (1985)

Subitamente o Silêncio (1991)

Intensidades (1995)

À Sombra de Bashô (2001)

 

Ficção:

 

Um Certo País ao Sul (1975) - contos

Imitação do Prazer (1977) – romance

Pátria Sensível (1983) - romance

 

Ensaio:

 

Prática da Escrita (1977)

Vagabundagem na poesia de António Ramos Rosa (2001)

Da Frágil Sabedoria (2001)

 

 

Ler um poema de Casimiro de Brito.

 

Ouvir alguns poemas ditos por Isabel da Nóbrega.


© Instituto Camões, 2002