num fio de repousada água, nos espelhos perdidos sobre a duna. Estás em mim, nas obscuras algas do meu nome e à beira do nome pensas: teria sido fogo, teria sido ouro e todavia é pó, sepultada rosa do desejo, um homem entre as mágoas. És o esplendor do dia, os metais incandescentes de cada dia. Deitas-te no azul onde te contemplo e deitada reconheces o ardor das maçãs, as claras noções do pecado. Ouve a canção dos jovens amantes nas altas colinas dos meus anos. Quando me deixas, o sol encerra as suas pérolas, os rituais que previ. Uma colmeia explode no sonho, as palmeiras estão em ti e inclinam-se. Bebo, na clausura das tuas fontes, uma sede antiquíssima. Doce e cruel é setembro. Dolorosamente cego, fechado sobre a tua boca. |
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Além de poeta, José Agostinho Baptista é responsável pela tradução para português de alguns autores de língua inglesa, como Walt Whitman e Tennessee Williams. Algumas obras: Deste Lado onde (1976) O Último Romântico (1981) Auto-retrato (1986) Paixão e Cinzas (1992) Canções da Terra Distante (1994) Agora e na Hora da Nossa Morte (1998) Biografia (2000) Visitar a página do poeta. Escutar alguns poemas. |
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