Poeta Quando a primeira lágrima aflorou Nos meus olhos, divina claridade A minha pátria aldeia alumiou Duma luz triste, que era já saudade. Humildes, pobres cousas, como eu sou Dor acesa na vossa escuridade... Sou, em futuro, o tempo que passou- Em num, o antigo tempo é nova idade. Sou fraga da montanha, névoa astral, Quimérica figura matinal, Imagem de alma em terra modelada. Sou o homem de si mesmo fugitivo; Fantasma a delirar, mistério vivo, A loucura de Deus, o sonho e o nada.
|
||||||||||||
|
||||||||||||
TEIXEIRA DE PASCOAES
Joaquim Pereira Teixeira de Vasconcelos, de seu nome verdadeiro, nasceu em Gatão, Amarante, no norte de Portugal, em 1877. Formado em Direito pela Universidade de Coimbra, exerce depois advocacia, por um curto período de tempo. Em 1911, com Jaime Cortesão, Leonardo Coimbra e outros intelectuais, funda o grupo Renascença Portuguesa e dirige, entre 1912 e 1916, a parte literária da revista A Águia, tornada então no órgão daquele movimento. Em 1913, abandonou a carreira judicial e fixou-se em Gatão, no solar de Pascoaes, a casa da infância que inspirou a escolha do nome do poeta. O seu isolamento não o impediu, contudo, de continuar a actividade literária e de intervenção cultural, dando expressão particular a uma tendência que ficou conhecida na literatura portuguesa como «saudosismo». Faleceu em 1952.
Algumas obras do autor: Poesia Sempre (1898) Vida Etérea (1906) Senhora da Noite (1909) Marânus (1911) O Doido e a Morte (1913) Últimos Versos (1953) Novela O Empecido (1950) Biografia São Paulo (1934) S. Jerónimo e a Trovoada (1936) O Penitente (1942) Ensaio A Arte de Ser Português (1915) Os Poetas Lusíadas (1919) O Homem Universal (1937) |
||||||||||||
|
||||||||||||
|
||||||||||||